Afeganistão: passa de 2 mil n° de soterrados em deslizamento

De acordo com o governador da província de Badakhshan, cerca de 2.500 pessoas podem ter morrido

2 mai 2014 - 16h11
(atualizado às 17h15)
<p>O deslizamento aconteceu em uma região remota de montanhas no nordeste do Afeganistão, após uma semana de fortes chuvas </p>
O deslizamento aconteceu em uma região remota de montanhas no nordeste do Afeganistão, após uma semana de fortes chuvas
Foto: AP

Mais de 2.000 pessoas foram soterradas por um deslizamento de terra que atingiu um vilarejo em uma região remota de montanhas no nordeste do Afeganistão nesta sexta-feira, informou um porta-voz do governo local, e uma enorme operação de busca e resgate foi iniciada.

"Segundo os primeiros dados, baseados em informações de pessoas que estão no local, cerca de 2.500 pessoas, incluindo mulheres e crianças, podem ter morrido em decorrência do deslizamento de terra", afirmou o governador da província de Badakhshan, Shah Waliullah Adeeb, à AFP por telefone.

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As autoridades confirmaram a morte de 350 pessoas.

Três corpos foram retirados dos destroços no distrito de Argo e ao menos 100 pessoas estavam recebendo tratamento para ferimentos, de acordo com o coronel Abdul Qadeer Sayad, subchefe de polícia da província de Badakhshan.

"Dois deslizamentos sucessivos com intervalo de 1 hora atingiram a vila de Aab Bareek hoje", relatou à AFP o vice-governador Gul Mohammad Baidaar.

"Uma montanha despencou na vila. A maioria dos que estão desaparecidos tinha se reunido em duas mesquitas para realizar as orações de sexta-feira. O segundo deslizamento afetou os moradores que tinham ido ajudar", acrescentou.

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Badakhshan é uma região pobre e montanhosa na fronteira com Tadjiquistão, China e Paquistão. É uma província que passa por relativa tranquilidade desde o início da invasão militar americana em 2001, mas um aumento das atividades do Talibã tem sido registrado nos últimos anos.

Afegãos procuram por sobreviventes de deslizamento na província de Badakhshan, no nordeste do Afeganistão
Foto: AP

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou suas condolências às vítimas do desastre. "Os nossos pensamentos estão com o povo do Afeganistão que sofreu uma tragédia terrível", afirmou durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, em Washington.

"Estamos prontos para ajudar nossos parceiros afegãos a responder a esse desastre", garantiu Obama.

A ONU indicou que está ajudando a coordenar as autoridades locais no resgate daqueles que ainda estão sob os escombros, mas que o acesso rodoviário à área é difícil e não suporta máquinas pesadas.

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, determinou o início imediato dos esforços de emergência, informou o governo em comunicado.

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Esse desastre acontece pouco tempo depois das recentes inundações que mataram 150 pessoas em várias regiões do Afeganistão.

No total, as enchentes afetaram 67 mil pessoas nas províncias de Jowzjan, Faryab e Sarr-e-Pul.

"Com cerca de 3.500 casas danificadas ou destruídas já registradas, o número de pessoas que necessita de abrigo continua a crescer", informou na quinta-feira o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

De acordo com o OCHA, as vítimas das recentes catástrofes precisam de água potável, suprimentos médicos, alimentos e abrigos.

As enchentes arrasaram aldeias, destruindo milhares de casas e deixando muitas pessoas desabrigadas. Também acabaram com plantações e provocaram a morte de criações de gado em toda a região remota.

As inundações são comuns durante a estação das chuvas no norte do Afeganistão. A população da região vive em casas de barro, que oferecem pouca proteção contra a elevação dos níveis da água.

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Há duas semanas, um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas e por um pequeno tremor varreu duas aldeias no norte da província de Takhar, matando quatro pessoas e destruindo cerca de 100 casas.

Na última grande enchente registrada no Afeganistão, 40 pessoas morreram em agosto nas províncias do leste e do sudeste e em alguns bairros da capital Cabul.

Com informações da AFP e Reuters.

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Fonte: Terra
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