O líder da Al-Qaeda Ayman al-Zawahiri disse nesta quarta-feira que o movimento extremista islâmico conta com um novo ramo no subcontinente indiano.
Em um vídeo, localizado em fóruns jihadistas on-line pelo grupo de monitoramento do terrorismo Site, Zawahiri disse que a nova força vai "esmagar as fronteiras artificiais" que dividem populações muçulmanas na região.
A Al-Qaeda atualmente está em atividade no Afeganistão e no Paquistão, onde seus líderes sobreviventes supostamente estão escondidos, mas Zawahiri afirmou que a "Qaedat al-Jihad" levaria a luta para a Índia, Mianmar e Bangladesh.
"Essa entidade não foi estabelecida hoje, mas é fruto de um esforço abençoado de mais de dois anos para reunir os mujahedines no subcontinente indiano em um único grupo", completou.
Fundada por Osama bin Laden, morto no Paquistão por soldados americanos em maio de 2011, a Al-Qaeda tem reivindicado há bastante tempo a liderança dos jihadistas para restaurar um único califado em terras muçulmanas.
Desde a morte de bin Laden, porém, o grupo tem sido ofuscado, primeiro pelas suas próprias ramificações na África e na Península Arábica, e agora pelo chamado Estado islâmico, que atua no Iraque e na Síria.
Embora ainda seja considerado uma ameaça para o Ocidente, o grupo nunca conseguiu recuperar o destaque alcançado depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, quando aviões sequestrados atingiram as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, em Washington.
Mas, ao lançar a "Qaedat al-Jihad no subcontinente indiano", Zawahiri tenta retomar um pouco do protagonismo perdido. "É uma entidade que foi criada para reforçar o chamado do imã revivido, o xeque Osama bin Laden. Que Deus tenha misericórdia dele", disse Zawahiri.
A convocação é para que a "Umma" (comunidade constituída por todos os muçulmanos) se una em torno da "Tawhid" (doutrina monoteísta) para "lutar a jihad" (guerra santa), libertar sua terra, restaurar sua soberania e reviver seu califado", afirma Zawahiri.
Ainda de acordo com ele, o grupo reconhecerá a liderança global do mulá Omar e será conduzido pelo militante paquistanês Asim Umar.