Pelo menos 80 membros das forças de segurança afegãs e civis morreram, 12 deles decapitados, em uma ofensiva dos talibãs, a poucos meses da retirada das forças da Otan do país, informaram nesta sexta-feira as autoridades.
"Os insurgentes decapitaram 12 civis em quatro localidades", afirmou à AFP o vice-governador da província de Ghazni, Mohamad Ali Ahmadi.
"Não temos um balanço detalhado, mas acreditamos que entre 80 e 100 pessoas morreram na última semana nesta ofensiva", completou.
O governo da província de Ghazni perdeu contato com a polícia no distrito de Ajrestan, no oeste da província, de acordo com Asadullah Safi, sub-chefe de polícia da área.
Ghazni fica a sudoeste da capital. A principal rodovia ligando Cabul ao sul do Afeganistão, onde o Taliban tem feito avanços nos últimos meses, passa por dentro da província.
"Se não houver ajuda urgente do governo central o distrito vai desmoronar", disse Safi.
A batalha por Ajrestan ilustra os graves desafios enfrentados pelo novo governo do Afeganistão e as forças de segurança para proteger território, à medida que as tropas estrangeiras de combate se preparam para deixar o país no fim do ano.
Confrontos pesados permaneciam ocorrendo nesta sexta-feira em Ajrestan. Safi disse que um suicida em um carro-bomba atacou um posto policial na véspera do dia em que as autoridades provinciais perderem totalmente o contato com o distrito.
O ataque que envolveu cerca de 700 combatentes do Taliban começou há cerca de cinco dias, e os primeiros relatos informam que mais de 100 pessoas foram mortas, incluindo 15 que foram decapitadas por militantes, de acordo com o vice-governador da província, Ahmadullah Ahmadi.
Os militantes têm se concentrado em recuperar áreas importantes de produção de ópio, como a província de Helmand, no sul, e áreas onde tradicionalmente têm apoio, como a província de Kunduz, no norte.
O controle do distrito de Ajrestan, a cerca de 200 quilômetros de Cabul, poderia garantir ao Taliban um ponto de lançamento de ataques para duas províncias vizinhas e ao longo da via crucial que conecta a capital à segunda maior cidade do Afeganistão, Kandahar, no sul.
Com informações da AFP e Reuters.