Dois ataques cometidos no noroeste do Paquistão, que tinham como alvo as forças de segurança, causaram a morte de oito pessoas, entre elas cinco policiais, além de ferimentos em dezenas, informaram nesta terça-feira à Agência Efe fontes de segurança.
O ataque mais recente aconteceu por volta das 8h locais (0h de Brasília) na cidade de Charsada, quando uma motocicleta bomba ativada por controle remoto explodiu durante a passagem de um furgão policial e matou três civis, segundo Bilal Ali, um agente da cidade. O atentado aconteceu em um bazar e provocou ferimentos em mais de 30 pessoas, entre elas nove policiais.
O primeiro ataque ocorreu pouco antes da 0h (16h de Brasília da segunda-feira), quando homens armados abriram fogo contra outro furgão policial nos arredores da cidade de Peshawar, muito próxima a Charsadda e capital da província de Khyber-Pakhtunkhwa.
Na troca de tiros morreram dois agentes e vários ficaram feridos, o que provocou a chegada de ambulâncias e equipes de resgate, que também foram alvo dos homens armados, que mataram outros três policiais. O incidente ocorreu no subúrbio de Badaber, cenário habitual de ações da insurgência talibã, segundo um responsável policial de Peshawar.
A província de Khyber Pakhtunkhwa faz fronteira com o Afeganistão e serve de refúgio para células talibãs, grupos jihadistas e organizações mafiosas que operam em ambos os lados da divisa com o país vizinho.
Os ataques das últimas horas aconteceram uma semana depois que o principal grupo talibã do país, o TTP, decretou o fim da trégua que mantinha desde o início de março como parte do processo de diálogo com o governo paquistanês.
As conversas, iniciadas em fevereiro, não tiveram resultados significativos e foram marcadas pela evidente falta de confiança entre as partes e a continuação da atividade insurgente por parte de grupos ligados ao TTP.
Após o fim do cessar-fogo dos talibãs, o governo decidiu manter as vias de diálogo abertas com o cada vez mais reticente apoio do Exército, que é favorável a soluções militares para deter a insurgência.
Segundo um recente relatório do Instituto Paquistanês para Estudos da Paz (PIPS, sigla em inglês), no ano passado houve mais de 1,7 mil atentados no país asiático, 61% deles cometidos pelo TTP e seus aliados, que causaram a morte de cerca de 2,5 mil pessoas, um número 19% maior que em 2012.