Avião da AirAsia alcançou velocidade excessiva antes de cair

A velocidade em que o Airbus A320-200 subia é incomum para um voo de linha comercial

20 jan 2015 - 13h57
(atualizado às 18h27)
<p>Destroços do avião da AirAsia que caiu no mar de Java são inspecionados no porto de Kumai, na Indonésia, em 12 de janeiro</p>
Destroços do avião da AirAsia que caiu no mar de Java são inspecionados no porto de Kumai, na Indonésia, em 12 de janeiro
Foto: Darren Whiteside / Reuters

O ministro indonésio dos Transportes revelou nesta terça-feira que o avião da AirAsia que caiu no mar com 162 pessoas a bordo em 28 de dezembro subia muito rápido antes de desaparecer dos radares.

Pouco antes, o ministro havia indicado no Parlamento que o avião subia uma velocidade de 6.000 pés por minuto, uma velocidade incomum para um voo de linha comercial, que geralmente sobe a uma velocidade de 1 mil, 2 mil pés por minuto. "Acredito que seja raro até mesmo para um avião de combate", destacou.

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Durante o voo, o piloto pediu para subir dos 32 mil pés para uma altura de 38 mil pés para evitar as nuvens, mas não obteve a aprovação imediata do tráfego aéreo. A aeronave caiu logo em seguida no Mar de Java, e não houve sobreviventes.

O Airbus A320-200 decolou em 28 de dezembro da cidade indonésia de Surabaya para Cingapura, e cruzou uma área com muitas nuvens antes de desaparecer dos radares.

Equipes de mergulhadores recuperaram, desde então, 53 corpos e as duas caixas-pretas do avião, que registram respectivamente as conversas entre os pilotos e o controle de tráfego aéreo e demais parâmetros do voo (velocidade, altitude, velocidade do motor, etc.).

Investigadores do Comitê Nacional de Segurança do Transporte ouviram o gravador de voz, mas se recusaram a dar detalhes sobre seu conteúdo, dizendo apenas que não havia nenhuma indicação de um possível ato terrorista.

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"Nós não ouvimos qualquer outra pessoa (além dos pilotos), nenhuma explosão", indicou o investigador s Nurcahyo Utomo à jornalistas que evocaram um possível ato terrorista.

Os investigadores se concentram agora "na possibilidade de danos à aeronave e fatores humanos", acrescentou.

Outro investigador, Ertata Lananggalih, observou que nenhum detalhe sobre o conteúdo dos registradores de voo seriam divulgados antes da publicação de um relatório preliminar sobre as causas do acidente, esperado para a próxima semana.

A Agência Nacional de Meteorologia indicou em um relatório, divulgado no início deste mês, que o tempo poderia ter sido o "gatilho" do acidente.

Entre as 162 pessoas a bordo estavam 155 indonésios, o co-piloto francês Rémi Plesel, um britânico, três sul-coreanos, um malaio e um cingapuriano.

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