Avião da AirAsia pode ter pousado antes de afundar

Experiente ex-piloto da Força Aérea, efetuou uma tentativa de pouso de emergência com um impacto não destrutivo

1 jan 2015 - 12h51
(atualizado às 13h40)
<p>Membros da Força Aérea de Cingapura sobrevoam área em busca de avião desaparecido da Air Asia, nesta terça-feira</p>
Membros da Força Aérea de Cingapura sobrevoam área em busca de avião desaparecido da Air Asia, nesta terça-feira
Foto: Edgar Su / Reuters

O piloto do avião da AirAsia, que caiu no mar de Java, na Indonésia, pode ter conseguido pousar a aeronave na água antes que ela afundasse, apontaram especialistas nesta quinta-feira.

O Airbus A320-200 (voo QZ8501), que decolou no domingo na cidade indonésia de Surabaya com 162 pessoas a bordo, desapareceu dos radares quando sobrevoava o mar de Java, durante uma tempestade, sem pedir socorro ou emitir sinais comumente emitidos quando um avião desaparece ou cai no fundo do mar.

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De acordo com alguns especialistas, estas informações sugerem que o comandante Iriyanto, um experiente ex-piloto da Força Aérea, efetuou uma tentativa de pouso de emergência com um impacto não destrutivo.

"O transmissor de localização de emergência (ELT) teria que funcionar depois do impacto, seja em terra, no mar ou no alto de uma montanha, e minha análise é que não funcionou porque não houve um grande impacto durante o pouso", declarou à AFP Dudi Sudibyo, redator-chefe da revista de aviação Angkasa. "O piloto conseguiu pousar na água", afirmou.

O avião da AirAsia voava a uma altura de 32.000 pés (9.800 metros) quando o piloto pediu à torre de controle permissão para subir a fim de evitar a tempestade. A torre de controle demorou um tempo para dar permissão devido à densidade do tráfego aéreo no momento, mas o Airbus desapareceu das telas dos radares logo depois.

Alguns analistas sugerem que o avião caiu porque voava muito lentamente ou porque subiu de altura de forma brusca. A ausência de sinal de socorro da cabine continua sem explicação.

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As equipes de busca trabalharam mais de 48 horas no mar de Java antes de encontrar os primeiros destroços perto da ilha de Bornéu, com a informação de um pescador que havia visto um avião voando baixo e que teria ouvido um forte estrondo.

"As conclusões que se chegaram até agora é que o avião não explodiu no voo e não foi vítima do impacto com a superfície já que, nesse caso, os corpos não estariam intactos", explicou à AFP o ex-comandante de voo Chappy Hakim.

A fuselagem da aeronave parece estar praticamente intacta, já que os integrantes das operações de busca viram uma "sombra" com formato de avião no fundo do mar.

Objetos que parecem uma porta de emergência e um tobogã inflável para as saídas de emergência estão entre os restos avistados na área de busca, o que indica que os primeiros passageiros podem ter começado a sair da aeronave depois do pouso.

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O ex-ministro dos Transportes, Jusman Syafii Djamal, está convencido de que a porta de emergência encontrada significa que "alguém pode tê-la aberto".

Segundo ele, os passageiros podem ter esperado que um membro da tripulação inflasse um bote salva-vidas antes de serem atingidos por uma forte onda, que teria afundado o avião.

De acordo com os procedimentos padrão, todos os passageiros do avião devem ser evacuados em 90 segundos.

Até que as caixas pretas apareçam, será difícil saber o que aconteceu. Entre outras coisas, elas devem ajudar a responder por que o sinal de localização submarina não funcionou.

Se os restos do avião forem encontrados, o gravador de voz da cabine deverá detalhar as conversas dos pilotos durante o curto voo e revelar os últimos momentos.

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