Blogueiro saudita é açoitado por 'insultar Islã'

A oposição política não é tolerada na Arábia Saudita

9 jan 2015 - 19h29
(atualizado em 10/1/2015 às 10h27)
<p>Badawi recebeu as primeiras 50 chibatadas em 09 de janeiro e, segundo ativistas, será açoitado semanalmente</p>
Badawi recebeu as primeiras 50 chibatadas em 09 de janeiro e, segundo ativistas, será açoitado semanalmente
Foto: Twitter

Um blogueiro saudita foi açoitado publicamente depois de ser condenado por crimes cibernéticos e por insultar o Islã.

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Raif Badawi foi condenado a receber 1 mil chibatadas, a 10 anos de prisão e a pagar uma multa do equivalente a US$ 266 mil.

Segundo informações da organização de defesa de direitos humanos Anistia Internacional, Badawi foi preso em 2012 por ter criado o site Árabes Sauditas Liberais, que promovia um fórum de debate público.

Badawi recebeu as primeiras 50 chibatadas nesta sexta-feira e, segundo ativistas, será açoitado semanalmente.

Grupos de defesa de direitos humanos criticaram a condenação e os Estados Unidos fizeram um apelo por clemência.

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A porta-voz do departamento de Estado americano Jen Psaki instou as autoridades sauditas a rever o caso e cancelar a "punição brutal".

Segundo testemunhas, o açoitamento foi realizado em frente a uma mesquita na cidade de Jidá após as orações de sexta-feira. Testemunhas ouvidas pela agência de notícias France Press disseram que Badawi foi levado à mesquita em um carro de polícia.

Depois de ouvir as acusações, ficou de costas em frente a uma multidão e recebeu as chibatas - em silêncio, segundo testemunhas.

"O açoitamento de Rauf Badawi é um ato de crueldade probido por leis internacionais", disse Said Boumedouha da Anistia Internacional.

"Ao ignorar os pedidos internacionais (pelo cancelamento da punição), a Arábia Saudita demonstrou o seu desprezo pelos princípios mais básicos de direitos humanaos", disse ele.

Na Arábia Saudita, a oposição política não é tolerada e o país segue uma visão rigorosa das leis islâmicas. O país também tem um dos mais altos índices de utilização de redes sociais da região - e reprime com duras penas críticas veiculadas na internet.

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