Um casal cristão foi espancado até a morte por uma multidão enraivecida no Paquistão depois de serem acusados de profanarem o Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos), segundo a polícia local.
Os corpos foram queimados em um forno na cidade de Kot Radha Kishan, na província de Punjab, no noroeste do país, onde o casal trabalhava.
A polícia identificou as vítimas apenas pelos nomes de Shama e Shehzad, segundo a agência de notícias AFP.
Blasmêfia é um assunto extremamente delicado no país, e críticos apontam que as leis são frequentemente usadas para fazer acertos de contas e perseguir minorias.
Um oficial de segurança disse à BBC que a polícia tentou salvar o casal, mas que não conseguu porque o número de agressores superava em muito o de policiais.
As mortes serão investigadas pelas autoridades paquistanesas.
Pena de morte
Em maio, um atirador matou um advogado na cidade de Multan que estava defendendo um palestrante de uma universidade local de blasfêmia.
E, no mês passado, uma corte do país condenou uma mulher cristã à pena de morte. Ela havia sido condenada por blasfêmia em 2010, num caso que gerou uma comoção global.
Desde os anos 1990, vários cristãos foram considerados culpados por profanarem o Alcorão ou por blasfêmia.
Apesar de muitos deles terem sido condenados à morte por cortes paquistanesas, várias das setenças foram revertidas em instâncias superiores da Justiça do país por falta de provas.
No entanto, correspondentes dizem que a mera acusação de blasfêmia é suficiente para tornar uma pessoa alvo de religiosos mais fundamentalistas.