China condena três à morte por ataque na Praça da Paz

Carro avançou sobre turistas e pegou fogo, matando 5 pessoas em outubro; governo culpa membros da etnia uigur

16 jun 2014 - 07h35
(atualizado às 07h47)
Dezenas de milhares se reúnem em Hong Kong para marcar a data de massacre chinês que aconteceu há 25 anos
Dezenas de milhares se reúnem em Hong Kong para marcar a data de massacre chinês que aconteceu há 25 anos
Foto: Reuters

Três pessoas foram condenadas à morte na China, acusadas de terem planejado um ataque na Praça Celestial em Pequim outubro do ano passado, quando um carro avançou contra um grupo de turistas e pegou fogo, matando cinco pessoas.

Segundo a mídia estatal local, os homens foram condenados no tribunal da província de Xinjiang por "ataque terrorista violento".

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Três pessoas que estavam dentro do carro e dois turistas na praça, um chinês e um filipino, foram mortos no ataque, que ainda deixou 38 pessoas feridas.

Pelo menos dois dos acusados eram membros da etnia muçulmana uigur, que Pequim acusa de estar promovendo uma campanha separatista violenta.

A agência de notícias oficial Xinhua disse que os três homens, Husanjan Wuxus, Yusup Umarniyaz e Yusup Ahmat, foram considerados culpados por "organizar e liderar um grupo terrorista e colocar em perigo a segurança pública com métodos perigosos."

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Outros cinco receberam sentenças de prisão por "fazer parte de um grupo terrorista" e ameaçar a segurança.

Separatismo

Na época do incidente, representantes do governo disseram que se tratou de um ataque suicida deliberado. Havia informações também de que a polícia estava perseguindo o carro antes da batida.

Autoridades responsabilizaram uigures por vários ataques em toda a China neste ano. Líderes uigures se dizem vítimas de repressão sistemática pelo governo, mas negam estar coordenando uma campanha terrorista.

Na tarde de domingo, três homens segurando facas entraram em um salão de jogos em Hotan, na província de Xinjiang, e atacaram um grupo de pessoas jogando xadrez no domingo à tarde. Quatro pessoas ficaram feridas.

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Dois dos agressores morreram quando confrontados por policiais armados, e o terceiro foi preso.

Além deste ataque, Pequim também culpou separatistas uigures por atentados nas estações de trem em Urumqi e Kunming.

Campanha antiterrorista

Em maio, ao menos 31 pessoas morreram e mais de 90 ficaram feridas quando dois carros se chocaram em um mercado em Urumqi, lançando explosivos sobre a multidão.

Desde então, as autoridades aumentaram a segurança em Xinjiang and lançaram o que chamam de uma "campanha antiterrorista". A agência Xinhua disse que a polícia em Xinjiang está oferecendo recompensa de até 30 mil yuan (cerca de R$ 10,500) aos cidadãos que "entregaram armas, explosivos ou fornecer informações".

Agências de notícias informaram que oficiais receberam, até o momento, mais de 300 informações do público e detiveram 60 pessoas.

Foto: Terra

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