A China executou oito pessoas por ataques "terroristas" em Xinjiang, incluindo três homens que "idealizaram" um acidente automotivo na praça de Tiananmen, na capital Pequim, em 2013, informou a imprensa estatal do país.
Xinjiang é tradicionalmente a terra dos muçulmanos Uighurs, que falam uma língua oriunda do turco, e a China atribuiu os ataques na província a separatistas islâmicos que buscam estabelecer um Estado independente chamado de Turquestão do Leste.
Grupos Uighurs exilados e ativistas de direitos humanos dizem que as próprias políticas repressivas do governo em Xinjiang provocaram os distúrbios, uma acusação negada por Pequim.
Três entre os executados "idealizaram" o ataque de outubro de 2013 no coração da capital chinesa, afirmou a agência de notícias oficial Xinhua no sábado.
Cinco pessoas foram mortas e 40 ficaram feridas no incidente, quando um carro adentrou a praça no meio do povo e explodiu, pegando fogo.
As outras execuções, que aconteceram nos últimos dias, eram punições por crimes como armar vestimentas terroristas e fabricação ilegal de explosivos para atacar policiais e autoridades governamentais, disse a Xinhua.
O Congresso Mundial Uyghur, o maior grupo de Uighurs exilados, disse que os indivíduos executados estavam pagando um preço pesado, mas que a causa primordial dos problemas estava sendo ignorada.
"Os advogados, para conseguirem decisões políticas, os levaram a aceitar as acusações do governo chinês, e tiraram a discussão sobre os motivos da pauta", disse o porta-voz Dilxat Raxit à Reuters por e-mail neste domingo. "É um caso típico servindo fins políticos".
Uma reportagem da Central Chinesa de Televisão (CCTV) mostrou imagens da polícia levando os indivíduos a um tribunal e questionando os que foram executados. Também eram mostradas imagens do ataque na praça de Tiananmen, quando um carro foi levado para o centro da praça.
Alguns dos executados foram culpados por ataques na prefeitura de Aksu, na cidade de Kashgar e na vila de Hotan, acrescentou a Xinhua.
A China tem reprimido os crimes violentos depois de uma série de ataques violentos em Xinjiang, e executou 13 pessoas em junho.