China: imprensa chama referendo sobre democracia de 'piada'

Segundo um jornal de Pequim, votação em Hong Kong deve ter sido manipulada e não teria nenhum fundamento, já que não foi permitida pelo governo chinês

23 jun 2014 - 07h35
<p>Ex-colônia britânica registrou os votos de mais 700.000 pessoas sobre a aplicação do sufrágio universal direto em seu sistema político</p>
Ex-colônia britânica registrou os votos de mais 700.000 pessoas sobre a aplicação do sufrágio universal direto em seu sistema político
Foto: Reuters

O referendo não oficial organizado por ativistas pró-democracia em Hong Kong é uma "piada", provavelmente foi manipulado e não tem nenhum fundamento com a falta de permissão do governo chinês, afirma um jornal de Pequim.

Desde sexta-feira, a ex-colônia britânica registrou os votos de mais 700.000 pessoas sobre a aplicação do sufrágio universal direto em seu sistema político.

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"Os grupos de oposição e seus simpatizantes superestimam o alcance de tal piada ilegal", afirma o jornal Global Times, diretamente controlado pelo Partido Comunista Chinês.

"Nem o governo central chinês, nem o governo de Hong Kong admitirão os resultados deste referendo informal", completa o jornal em um editorial.

"Seria ridículo deixar que uma consulta na internet decidisse o destino de Hong Kong. Quem sabe quantos votos estão manipulados?", questiona o jornal.

Os residentes de Hong Kong têm a possibilidade de votar pela internet ou nas zonas eleitorais abertas pelo movimento "Occupy Central" e escolher entre três métodos distintos para a eleição em 2017 do próximo líder de Hong Kong.

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Em 1997, quando a Grã-Bretanha devolveu Hong Kong a China, o território recebeu garantias de Pequim de que poderia manter as liberdades e o direito de protestar, segundo princípio "um país, dois sistemas".

O chefe executivo de Hong Kong é eleito por um comitê favorável às autoridades chinesas, que prometeu que em 2017 será possível votar diretamente. Mas Pequim se reserva o direito de escolher os candidatos, o que gerou protestos.

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