Mais de meio milhão de pessoas já participaram em Hong Kong de um referendo civil não oficial para pedir reformas eleitorais, informaram neste sábado os organizadores deste pleito considerado ilegal pela China.
Os eleitores devem optar entre três diferentes métodos para escolher o próximo líder de Hong Kong em 2017.
O movimento pró-democracia Occupy Central, que é responsável pela organização da votação que durará dez dias, declarou que a elevada taxa de participação demonstra a vontade do povo de Hong Kong pelo sufrágio universal.
Em 1997, quando a Grã-Bretanha devolveu Hong Kong à China, o território recebeu de Pequim garantias de que poderia manter suas liberdades e seu direito de protestar, de acordo com o princípio chamado de "um país, dois sistemas".
O chefe-executivo de Hong Kong é eleito por um comitê favorável às autoridades chinesas, que prometeu que em 2017 poderá ser escolhido diretamente, mas Pequim se reserva o direito de escolher os candidatos, o que provocou protestos.
"Se conseguirmos uma alta participação provaremos que o povo de Hong Kong está comprometido com uma democracia real", disse Benny Tai, um dos fundadores do Occupy Central.
A votação continuará até 29 de junho. Até o momento, o voto é dado a partir de telefones celulares, mas os organizadores também querem instalar urnas nas ruas.
Enquanto isso, as autoridades chinesas afirmaram nesta sexta-feira que o referendo não tem base constitucional e, portanto, é nulo e sem efeito, indicou a agência de notícias oficial Xinhua.