China prende jornalista por revelar segredos de Estado

A primeira detenção desta jornalista investigativa ocorreu em 1989, depois de participar das manifestações pela democracia em Tiananmen

8 mai 2014 - 09h35
Foto de 2007 mostra jornalista durante coletiva de imprensa em Hong Kong
Foto de 2007 mostra jornalista durante coletiva de imprensa em Hong Kong
Foto: AFP

A polícia chinesa anunciou nesta quinta-feira a detenção de uma conhecida jornalista por divulgar segredos de Estado.

A prisão foi feita no âmbito de uma campanha contra os militantes de direitos humanos com a aproximação do 25º aniversário da repressão de Tiananmen.

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Gao Yu, de 70 anos, encontra-se em "prisão preventiva, acusada de ter transmitido segredos de Estado a fontes de fora da China", declarou em sua conta de microblogs a polícia de Pequim.

Esta ex-chefe de redação da revista Economics Weekly admitiu seus erros durante uma reportagem transmitida nesta quinta-feira na televisão de Estado chinesa, onde as confissões públicas atingem um novo pico sob a presidência de Xi Jinping.

"Suponho que sou responsável por ações contra a lei e contra os interesses do país", declarou Gao.

"Cometi um grande erro. Admito minha culpa e aprendi com esta experiência, de maneira honesta e sincera", acrescentou a jornalista, que em 1993 foi condenada a seis anos de prisão por divulgar segredos de Estado.

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Gao, detentora de vários prêmios internacionais, recebeu em 1997 a primeira edição do Prêmio Mundial da Liberdade de Imprensa da Unesco.

A primeira detenção desta jornalista investigativa ocorreu em 1989, depois de participar das manifestações pela democracia em Tiananmen.

"A detenção de opositores e de ex-líderes desta manifestação, assim como de vozes dissidentes, é comum nesta época do ano", comentou a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

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