O Brasil e a Holanda convocaram seus embaixadores na Indonésia após o país asiático ignorar seus apelos de clemência e ter executado seis presos por delitos ligados a drogas, as primeiras execuções sob o comando do presidente Joko Widodo.
Os cinco estrangeiros e um indonésio foram mortos por um pelotão de fuzilamento pouco depois da meia-noite, disse o gabinete do Procurador-Geral. Os estrangeiros eram da Nigéria, Malauí, Vietnã, Holanda e Brasil.
O Brasil retirou seu embaixador em Jacarta para consultas e disse que as execuções afetariam as relações bilaterais.
"O recurso à pena de morte, que a sociedade mundial crescentemente condena, afeta gravemente as relações entre nossos países", disse o Palácio do Planalto em nota.
O brasileiro Marco Archer, de 53 anos, foi condenado por ter tentado entrar na Indonésia em 2003 com 13 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de uma asa delta.
A Holanda, antiga potência colonial na Indonésia, também retirou seu embaixador e condenou a execução de seu cidadão Ang Kiem Soei.
"É um castigo cruel e desumano que equivale a uma negação inaceitável da dignidade humana e integridade", disse o ministro das Relações Exteriores holandês, Bert Koenders.
Antes da execução, o advogado de Soei publicou no Twitter que o condenado estava agradecido pelos esforços do governo holandês e que ele estaria diante do pelotão de fuzilamento sem uma venda nos olhos.
O presidente da Indonésia, que assinou as execuções no mês passado, tem tomado uma posição dura sobre a aplicação da lei e prometeu não ter nenhuma clemência com infratores da legislação antidrogas.
A Indonésia retomou as execuções em 2013 depois de um hiato de cinco anos.
"Este é um país que, apenas alguns anos atrás, tinha tomado medidas positivas para afastar-se da pena de morte, mas as autoridades estão agora dirigindo o país na direção oposta", disse Rupert Abbott, diretor de pesquisa do sudeste asiático para a Anistia Internacional.
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