A Coreia do Norte declarou nesta quinta-feira que a agressão ao embaixador norte-americano em Seul, Mark Lippert, foi "um castigo justo" para decisão dos Estados Unidos de realizarem exercícios militares em conjunto com a Coreia do Sul.
"Castigo justo para os belicistas dos EUA", escreveu a KCNA, agência estatal de notícias, no título de um breve texto, no qual o ataque de um homem armado com uma lâmina a Lippert é chamado de "expressão de resistência". A KCNA afirmou ainda que o ataque refletia a opinião pública sul-coreana, "crítica aos Estados Unidos por, com as perigosas manobras militares conjuntas, causarem uma crise na península coreana".
Os exercícios militares conjuntos iniciados na última segunda-feira, chamados de Foal Eagle, vão durar oito semanas, abrangendo manobras aéreas, terrestres e marítimas, para as quais foram mobilizados 200 mil soldados sul-coreanos e 3.700 americanos.
A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, por sua vez, condenou nesta quinta-feira o ataque ao embaixador, dizendo tratar-se de uma tentativa de ferir a aliança entre Seul e Washington.
"O incidente é intolerável, porque não se trata apenas de um ataque físico ao embaixador, mas também à aliança Coreia do Sul-Estados Unidos", declarou Park, em comunicado. Os Estados Unidos também condenaram o "ato de violência" em Seul.
Operação bem-sucedida
Fontes médicas disseram que Lippert, de 42 anos, já está se recuperando da cirurgia a que foi submetido, depois de ter sofrido cortes no rosto e no braço. O embaixador deverá continuar hospitalizado por mais três ou quatro dias, disseram.
"Estou bem e animado", escreveu Lippert no Twitter. "Estarei de volta o mais rápido possível para fazer avançar a aliança EUA-Coreia do Sul."
O homem que atacou Lippert nesta quarta-feira foi identificado como Kim Ki-jong, de 55 anos. Vestindo roupas típicas coreanas, ele agrediu o embaixador com uma faca de 25 centímetros no centro de Seul.
Antes de ser dominado pela polícia, ele bradou, durante o ataque, slogans a favor da reunificação da península dividida da Coreia e expressou mais tarde sua rejeição aos exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os EUA.