A Coreia do Norte convidou dois representantes das Nações Unidas a visitarem o país para enfraquecer as ameaças da comunidade internacional de levá-la ao Tribunal Penal Internacional (TPI) com acusações de violação dos direitos humanos, informou nesta terça-feira o relator da ONU, Marzouki Darusman.
Darusman explicou em um encontro com a imprensa que na segunda-feira teve uma reunião com quatro representantes do regime de Pyongyang, a primeira com um relator das Nações Unidas em uma década.
No encontro, os representantes norte-coreanos abriram a possibilidade de a ONU visitar o país, mas pediram que a ideia de levar as acusações de violações dos direitos humanos ao Tribunal Penal Internacional (TPI) seja deixada de lado, segundo o relator.
As autoridades convidaram Darusman e o alto comissário para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, a visitar Pyongyang para que discutam sobre a cooperação com o governo.
Durante a reunião, os representantes norte-coreanos pediram que sejam eliminados alguns parágrafos de uma minuta de resolução que está na Assembleia Geral da ONU, entre eles, o que pede que o Conselho de Segurança leve a situação do país ao TPI.
Darusman esclareceu na terça-feira que argumentou com seus interlocutores que uma possível visita deve ser totalmente independente dessa resolução, da qual ele não participou da elaboração.
A possibilidade de as acusações de violação dos direitos humanos serem levadas ao Tribunal Penal Internacional preocupa a Coreia do Norte, que nas últimas semanas se defendeu das ameaças da comunidade internacional.
Para que o caso seja levado ao TPI, é necessária a aprovação do Conselho de Segurança, onde a China poderia utilizar seu poder de veto para barrar a decisão.
Este ano, o governo de Pequim já mostrou rejeição à medida depois de um relatório da Comissão de Investigação da ONU que denunciou o regime de Pyongyang por crimes contra a humanidade.
Darusman apresentou nesta terça-feira a uma comissão da Assembleia Geral outro texto que reitera as violações dos direitos humanos no país e recomenda que sejam julgadas pelo TPI.