A Coreia do Norte disse que lançou um míssil balístico de alcance intermediário nesta semana para se contrapor aos exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, e que o lançamento foi o primeiro passo de uma ação militar no Pacífico para "conter" o território norte-americano de Guam.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou que o lançamento fosse conduzido pela primeira vez da capital, Pyongyang, e disse que mais exercícios tendo o Pacífico como alvo são necessários, relatou a agência de notícias estatal KCNA nesta quarta-feira.
"O atual exercício de lançamento de míssil balístico como uma guerra real é o primeiro passo da operação do EPC (Exército Popular da Coreia) no Pacífico e um prelúdio significativo para conter Guam", disse Kim, segundo a KCNA.
Neste mês Pyongyang ameaçou disparar quatro mísseis no mar próximo de Guam, que abriga uma grande presença militar norte-americana, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a Coreia do Norte enfrentaria "fúria e fogo" se ameaçasse seu país.
Em um comunicado, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) disse na terça-feira ser de "vital importância" que a Coreia do Norte adote ações imediatas e concretas para reduzir as tensões e pediu que todos os Estados implantem as sanções da ONU.
Mas o comunicado esboçado pelos EUA, que foi aceito por consenso, não ameaça a adoção de novas sanções contra o regime norte-coreano.
Diplomatas disseram que a China e a Rússia, que têm poder de veto no Conselho, normalmente só veem um teste de míssil de longo alcance ou de uma arma nuclear como gatilho para possíveis sanções adicionais.
Os embaixadores chinês e russo na ONU disseram se opor a quaisquer sanções unilaterais contra a Coreia do Norte e reiteraram pedidos para a suspensão da instalação de um sistema de defesa de mísseis dos EUA na Coreia do Sul.
"Eu certamente espero que sejamos capazes de ter uma resolução forte na sequência deste... comunicado", disse o embaixador japonês na ONU, Koro Bessho, aos repórteres após a reunião.
Falando em Pequim, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse que sua nação está debatendo a situação com outros membros do Conselho e que dará uma "resposta necessária" baseada no consenso obtido. A China é a única grande aliada da Coreia do Norte.