Coreia do Sul nomeia novo premiê após tragédia com balsa

Popularidade da presidente despencou desde que balsa naufragou em 16 de abril, deixando mais de 300 mortos e desaparecidos

22 mai 2014 - 09h38
(atualizado às 09h46)
<p>Recém-nomeado primeiro-ministro sul-coreano, Ahn Dai-hee faz um discurso durante entrevista coletiva, no Complexo do Governo Central, em Seul, na Coreia do Sul, nesta quinta-feira, 22 de maio</p>
Recém-nomeado primeiro-ministro sul-coreano, Ahn Dai-hee faz um discurso durante entrevista coletiva, no Complexo do Governo Central, em Seul, na Coreia do Sul, nesta quinta-feira, 22 de maio
Foto: AP

A presidente sul-coreana nomeou nesta quinta-feira como primeiro-ministro um ex-juiz da Suprema Corte, substituindo Chung Hong-Won, que renunciou após o naufrágio de uma balsa que deixou mais de 300 mortos e desaparecidos.

A presidente Park Geun-hye anunciou a nomeação do ex-magistrado Ahn Dai-hee, de 59 anos, e aceitou a renúncia do chefe da segurança nacional, Kim Jang-soo, e do responsável máximo da agência de inteligência, Nam Jae-joon, muito criticados pela má gestão da tragédia, segundo seu porta-voz.

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O primeiro-ministro, um cargo honorífico na Coreia do Sul, anunciou sua renúncia assumindo pessoalmente a responsabilidade pelo naufrágio do "Sewol" no dia 16 de abril com 426 pessoas a bordo, entre elas 325 alunos de uma escola de ensino médio.

A popularidade da presidente afundou desde o acidente e seu partido, o Saenuri, teme que isso se reflita nas eleições locais de 4 de junho.

A chefe de Estado foi criticada por sua aparente falta de empatia com as famílias e de remorso sobre os muitos problemas revelados por uma investigação preliminar.

Esta investigação afirma que a carga transportada pela balsa era pelo menos o dobro do recomendado. Além disso, o barco havia perdido resistência às ondas devido à construção ilegal de cabines após sua compra, em 2012.

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Muitos na Coreia do Sul acreditam que alguns adolescentes conseguiram sobreviver por várias horas, e inclusive por alguns dias, em bolsões de ar dentro da balsa, mas morreram porque não foram encontrados a tempo.

Os mergulhadores levaram vários dias para entrar nos destroços da embarcação, freados pelo mau tempo e pelas fortes correntes.

O último balanço provisório da catástrofe é de 288 mortos e 16 desaparecidos. A maioria dos tripulantes sobreviveu. O capitão do "Sewol", dois de seus principais colaboradores e um mecânico deverão responder na justiça por acusações de homicídio culposo.

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