Coreia: presidente pede desculpa por resposta ao naufrágio

29 abr 2014 - 01h33
(atualizado às 04h17)
Park Geun-hye esteve nesta terça em um memorial em Ansan, construído em memória das vítimas do naufrágio
Park Geun-hye esteve nesta terça em um memorial em Ansan, construído em memória das vítimas do naufrágio
Foto: Reuters

A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, pediu desculpas nesta terça-feira pela resposta inicial do governo ao naufrágio da balsa Sewol na semana retrasada que deixou quase 200 mortos confirmados e mais de 100 ainda desaparecidos.

Segundo os últimos números divulgados pelo governo, são 193 mortos até o momento. A maioria das vítimas, incluindo os desaparecidos, é composta por estudantes. “Eu não sei como se desculpar pela falha em prever este acidente, e pela resposta inicial insuficiente”, afirmou a presidente sul-coreana.

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Park afirmou que a Coreia do Sul "perdeu muitas vidas preciosas por causa do acidente, e eu sinto muito pelas pessoas, estou com o coração pesado".

A recente renúncia do primeiro-ministro entre fortes críticas ao Executivo por seu papel nesta tragédia causada por uma cadeia de despropósitos não parece suficiente para um país desolado e indignado, que passou a apontar diretamente para sua chefe de Estado, Park Geun-hye.

A presidente, que aceitou e encorajou a renúncia de seu primeiro ministro, é cada vez mais criticada por carregar a responsabilidade em outras pessoas desde dias posteriores ao fato, nos quais apontou diretamente o capitão como culpado comparando sua conduta com a de um "assassino".

Tanto os meios de comunicação como os familiares das vítimas acham que o governo reagiu tardiamento e com descoordenação ao acidente de quarta-feira, o que impediu o salvamento de mais vidas, e também acusam Seul de não ter feito os suficientes esforços nos trabalhos de resgate durante os primeiros dias.

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Além disso, para grande parte da socidade sul-coreana, o naufrágio evidenciou o mal funcionamento do novos sistema de prevenção e resposta a desastres instaurado por Park após sua chegada ao poder há pouco mais de um ano em cumprimento de uma de suas promessas eleitorais.

Mergulhadores continuam procurando por corpos na região do incidente, usando principalmente as mãos para abrir caminho entre um labirinto formado por cabines escuras, escadas, depósitos e restaurantes da balsa submersa. Além disso, os móveis, colchões e outros objetos flutuando formam um grande obstáculo, assim como a forte correnteza na área.

Um total de 476 pessoas viajavam na embarcação, a maioria estudantes de 16 e 17 anos. Desde a tragédia, mais de cem corpos ainda estão desaparecidos, o que eleva virtualmente o número de mortos a mais de 300.

Com informações das agências AFP, AP e EFE

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Fonte: Terra
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