Da Malásia à Indonésia: como a AirAsia chegou ao mercado

Empresa foi comprada em 2001 pelo ex-executivo da ramo da música Tony Fernandes

28 dez 2014 - 20h20
(atualizado em 29/12/2014 às 11h44)
<p>Companhia aérea oferece voos a baixo custo no sudeste asiático</p>
Companhia aérea oferece voos a baixo custo no sudeste asiático
Foto: Laurent ERRERA / Wikimedia Commons

Atualmente uma das companhias aéreas mais bem-sucedidas da Ásia, a AirAsia foi um dia uma empresa quebrada sob o controle do governo da Malásia.

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Em 2001, o ex-executivo do ramo da música Tony Fernandes comprou a endividada companhia por uma bagatela – custou cerca de 25 centavos.

Ele decidiu manter o nome da marca e criou a primeira empresa aérea asiática que oferecia voos a baixo custo, competindo assim com as rivais já consolidadas no mercado, Malaysia Airlines e Australia's Qantas.

Com o slogan "Agora todo mundo pode voar", a AirAsia cobre atualmente 100 destinos por mais de 15 países, apesar de a maioria desses voos serem de associadas ou subsidiárias que usam a marca da companhia.

É uma dessas empresas associadas, AirAsia da Indonésia, que estava operando o voo QZ8501 de Surabaya para Cingapura, quando perdeu o contato com a torre de controle na manhã deste domingo.

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A companhia faz voos com o Airbus A320 por mais de 30 rotas, incluindo destinos na Tailândia, na Malásia, Indonésia, Singapura e Austrália.

A AirAsia da Malásia é dona de 49% da sua subsidiária na Indonésia (o resto da AirAsia da Indonésia pertence a acionistas do próprio país), mas elas têm administrações independentes com chefes distintos – o CEO da companhia indonesia é Sunu Widyatmoko, que já se disse 'arrasado' com o sumiço do avião neste domingo.

Pela legislação da Indonésia, é proibido que empresas estrangeiras sejam acionistas majoritárias de qualque empresa de aviação do país.

O modelo de negócio da AirAsia é parecido com o de outras companhias aéreas conhecidas como 'populares'. Ela não oferece assentos de primeira classe, e a média do preço de voo gira em torno de 170 ringgit malaios (R$ 124).

A empresa na Indonésia só tem um modelo de avião – o Airbus A320 com corredor único – que é conhecido pelas pontas da asa, que têm um design específico para fazer o consumo de combustível da aeronave ser mais eficiente . Nele, cabem de 150 a 180 passageiros.

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Entre julho, agosto e setembro, o grupo AirAsia conseguiu um lucro bruto de US$ 7,6 milhões (R$ 20,3 milhões) e levou quase 5,3 milhões de passageiros.

No entanto, o número de passageiros que a AirAsia da Indonésia levou no mesmo período teve uma queda de 10%, caindo para 1,85 milhão após a empresa ter cortado algumas de suas rotas.

Em 2013, a companhia teve 8 milhões de passageiros no total.

A AirAsia da Indonésia foi feita para flutuar no mercado de ações nos últimos anos, mas o aumento dos custos e a desvalorização da moeda local da Malásia diante do dólar acabaram prejudicando o objetivo do negócio.

A marca AirAsia é intimamente ligada com seu CEO, o empresário malaio Tony Fernandes, que tomou conta das operações em 2001. Quase sempre usando jeans e um boné da AirAsia quando entrevistado, ele era visto como a versão da Malásia do empresário britânico Richard Branson (dono da Virgin).

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Assim como Branson criou um concorrente à altura para a British Airways nos anos 1980, Fernandes quis competir com as empresas já consolidadas no mercado local, como a maior companhia aérea da Malásia, a Malaysian Airlines.

Ele está na lista dos homens mais ricos do país e gosta muito de espalhar sua mensagem de marketing na mídia. Com o sumiço do avião, Tony Fernandes não perdeu tempo e tuitou diversas mensagens de apoio às famílias – ele já chegou à Surabaya com membros da afiliada, a AirAsia da Indonésia.

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