Estudantes de Hong Kong pedem negociação com premiê chinês

29 out 2014 - 07h48
<p>Manifestantes acompanham o discurso do líder do movimento estudantil no lado de fora da sede do governo em Hong Kong, no dia 1º de outubro</p>
Manifestantes acompanham o discurso do líder do movimento estudantil no lado de fora da sede do governo em Hong Kong, no dia 1º de outubro
Foto: Carlos Barria / Reuters

A Federação dos Estudantes de Hong Kong, um dos principais movimentos sociais que vêm fazendo protestos há um mês para pedir democracia, exigiu ao governo local uma negociação direta com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, informou nesta quarta-feira a emissora de televisão oficial "RTHK".

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Decepcionados com o diálogo que mantiveram na semana passada com representantes do governo de Hong Kong, liderados pela "número 2" Carrie Lam, os estudantes afirmam em um comunicado divulgado nesta quarta-feira que esperam "que o governo de Hong Kong organize um encontro entre nós e o primeiro-ministro Li Keqiang".

A federação, presidida por Alex Chow, argumenta que, na reunião de 21 de outubro, Lam lhes garantiu que mudanças no sistema eleitoral da ex-colônia britânica não cabem ao governo local.

Tal sistema, que permitirá uma eleição a partir de 2017 apenas com candidatos aprovados por Pequim, foi decidido no dia 31 de agosto na Assembleia Nacional Popular, o principal órgão legislativo da China.

Nas negociações, Lam se ofereceu aos líderes dos protestos para enviar um relatório a Pequim que explique o mal-estar de setores da sociedade de Hong Kong por essa decisão da Assembleia Nacional.

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Os estudantes afirmam no comunicado que esse relatório deve incluir necessariamente uma proposta de revogação da decisão da Assembleia Nacional Popular.

Sobre a outra proposta de Lam, a criação de uma plataforma permanente de negociações para a reforma política local, a federação exige que nela se discuta uma agenda para abolir o novo sistema de eleição de legisladores e governantes locais.

Segundo os estudantes, se o governo local não pode responder a essas duas reivindicações preliminares, os estudantes e outros movimentos preferem falar diretamente com o primeiro-ministro Li, assim como com a Administração Estatal de Hong Kong e Macau, órgão do regime comunista para as relações com essas regiões administrativas especiais, que gozam de relativa autonomia.

O movimento democrático em Hong Kong, ex-colônia que retornou à soberania chinesa em 1997, montou acampamentos estratégicos nas ruas do território para pedir a democratização do sistema político local.

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