Estupros crescem na Índia e polícia sugere judô às mulheres

Polícia pede para que as mulheres sejam treinadas em defesa pessoal por aumento de mais de 30% de casos em Nova Délhi

2 jan 2015 - 15h12
(atualizado às 16h33)
Mulheres indianas são vítimas de estupros coletivos em maior cidade indiana
Mulheres indianas são vítimas de estupros coletivos em maior cidade indiana
Foto: Daniel Berehulak / Getty Images

O número de casos de estupro registrados em Nova Délhi em 2014 subiu 31,6% com relação ao ano anterior, disse nesta sexta-feira a polícia da capital da Índia, que divulgou um relatório sobre os alarmantes níveis de violência sexual que afetam a cidade.

Segundo os dados oficiais, em Nova Délhi foram registrados 2.069 casos de estupro nos dois meses anteriores a 15 de dezembro de 2014, frente a 1.571 denúncias recebidas no ano anterior, o que implica uma alta de 31,6%, disse em coletiva de imprensa Bhim Sain Bassi, chefe da polícia da capital indiana.

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Nova Délhi ganhou a alcunha de "capital do estupro" na Índia após a repercussão mundial do caso da estudante de medicina que morreu após ter sido violentada sexualmente por um grupo de homens dentro de um ônibus. O crime desencadeou uma onda de protestos no país e levou a um endurecimento das penas para os estupradores.

O relatório foi publicado no mesmo dia em que um motorista do sistema de transporte Uber compareceu à justiça após ser acusado de violentar uma passageira no último 5 de dezembro.

Para a polícia, este aumento das denúncias não significa que a cidade tenha se tornado mais perigosa para as mulheres, mas reflete um número maior de vítimas que denunciam e prestam queixa contra as agressões.

"Foram registrados mais casos já que as mulheres se sentem mais confiantes" para denunciar, argumentou Bhim Sain Bassi, que reconheceu que ainda falta muito para que todos os crimes sejam denunciados e registrados.

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"Pedimos a todos para unir nossas mãos para que cada mulher em Nova Délhi seja treinada em defesa pessoal. Quero que cada mulher tenha faixa marrom de judô", disse Bassi de acordo com a agência indiana "Ians".

Segundo ele, cerca de 62% dos crimes contra as mulheres são esclarecidos uma semana após a denúncia.

De acordo com os dados da polícia, até o dia 15 de dezembro de 2014 foram registraram 14.687 violações do código penal contra mulheres frente às 12.410 do ano anterior.

Desses casos, 2,069 foram estupros, em comparação aos 1,571 de 2013, e 4.179 crimes de abuso, bem acima das 3.345 ocorrências do ano anterior. No caso do assédio também foi registrado um coonsiderável aumento dos 879 de 2013 para os 1.282 de 2014.

Bassi ressaltou que, para reduzir os crimes contra as mulheres, "a mentalidade da sociedade" tem de mudar.

Segundo dados da Agência Nacional de Registro de Crimes (NCRB) divulgados em meados de junho, as denúncias por estupro na Índia aumentaram 35% em 2013 em relação ao ano anterior, enquanto os crimes contra a mulher cresceram 26%.

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De acordo com a agência, o aumento "parece mais o resultado de um aumento das denúncias que dos crimes em si", embora a mesma fonte tenha indicado que não é possível saber com certeza as causas dessa alta já que muitos dos casos "continuam sem ser denunciados".

Em dezembro de 2012 o brutal estupro e assassinato de uma estudante de 23 anos em Nova Délhi gerou uma onda de protestos e um debate sem precedentes no país sobre a situação da mulher, que levou a imprensa e organizações a serem muito sensíveis contra este tipo de abusos.

No entanto, os casos de violações se repetem e nesta mesma sexta-feira foi divulgada a informação há mandados de busca e captura de dois policiais acusados de sequestrar uma adolescente em casa e depois estuprá-la no interior de uma delegacia no norte da Índia.

Com informações da EFE e AFP.

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Fonte: Terra
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