A Indonésia não deve executar um grupo de condenados no corredor da morte, incluindo um brasileiros, dentro de semanas ou até mesmo meses, até que os tribunais decidam sobre recursos apresentados de última hora, disse o vice-presidente Jusuf Kalla à Reuters nesta quarta-feira.
A Indonésia está mais cautelosa em relação aos recursos após esforços diplomáticos dos países que têm cidadãos no corredor da morte para tentar evitar as execuções, de acordo com Kalla.
"Nós sempre iremos ouvir e considerar opiniões, não apenas da Austrália, mas também de França e Brasil", disse Kalla em entrevista. "É por isso que estamos sendo muito cuidadosos após os processos da lei."
O vice-presidente disse que o governo está "esperando a decisão dos tribunais", acrescentando que pode levar "semanas ou até meses".
Quatro dos condenados no corredor da morte recorreram contra a sentença depois que o presidente Joko Widodo rejeitou seus pedidos de clemência no ano passado.
A família do brasileiro Rodrigo Gularte pediu clemência por motivos de doença mental. Na semana passada, o procurador-geral disse a repórteres em Jacarta que Gularte estava sendo examinado por profissionais médicos. As autoridades ainda aguardam os resultados.
A maioria das dez pessoas condenadas por tráfico de drogas foi transferida para a ilha-prisão de Nusakambangan para execução por fuzilamento. O grupo inclui cidadãos da Austrália, França, Brasil, Filipinas, Gana, Nigéria e Indonésia.
Em janeiro, a Indonésia executou outro brasileiro condenado por tráfico de drogas, num caso que levou os dois países a chamarem de volta seus embaixadores para consultas e provocou tensões diplomáticas.