Filipinas: ajuda internacional começa a chegar a vítimas de tufão

16 nov 2013 - 22h38
(atualizado às 22h38)

Dezenas de milhares de vítimas do tufão Hayan estão recebendo os primeiros carregamentos de suprimentos de emergência, parte do esforço internacional para ajudar as Filipinas. Equipes médicas locais e estrangeiras estão trabalhando nas áreas mais afetadas, e os helicópteros dos Estados Unidos estão levando ajuda para áreas mais isoladas.

Os helicópteros da Marinha americana estão arremessando alimentos, água e outros suprimentos, trazidos do porta-aviões USS George Washington, que chegou à costa do país na quinta-feira.

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O porta-aviões também está expandindo as operações de busca e resgate. Os militares americanos informaram que vão enviar cerca de mil soldados, barcos e uma aeronave para a operação de ajuda às Filipinas.

O tufão Hayan atingiu as Filipinas há oito dias e matou mais de 3,6 mil pessoas. Meio milhão de filipinos estão sem casa, mais de 1,1 mil ainda estão desaparecidos e, segundo a ONU, cerca de 11 milhões de pessoas foram afetadas pelo tufão.

"No momento estamos acelerando uma grande operação de ajuda e os suprimentos estão chegando", disse Patrick Fuller, da Federação da Cruz Vermelha, à agência de notícias Associated Press.

Fuller está em Tacloban, uma das cidades mais atingidas. "Estamos estabelecendo um hospital de emergência aqui, unidades de água e esgoto", acrescentou. No entanto, ele afirmou que as pessoas nas áreas afetadas também vão precisar de apoio para a reconstrução no longo prazo.

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A Cruz Vermelha e a organização Médicos Sem Fronteiras informaram que, até segunda-feira, terão unidades cirúrgicas móveis operando em Tacloban.

A Grã-Bretanha anunciou que vai enviar mais 30 milhões de libras (cerca de R$111 milhões) em ajuda, levando o total de ajuda britânica a 50 milhões de libras (mais de R$ 185 milhões).

Danos e filas

Apesar da grande operação de ajuda, os danos generalizados à infraestrutura estão prejudicando a distribuição dos suprimentos. Sobreviventes desesperados ainda estão tentando sair da cidade litorânea de Ormoc, 105 quilômetros a oeste de Tacloban.

A secretária de Bem-Estar Social e Desenvolvimento das Filipinas, Corazon Soliman, admitiu em uma entrevista que a resposta do governo do país ao desastre foi muito lenta para conseguir chegar a algumas áreas.

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"Vamos dobrar nossos esforços para distribuir suprimentos pois estamos ouvindo reclamações, muitas pessoas ainda precisam receber ajuda", disse.

O tufão Hayan foi uma das tempestades mais fortes já registradas, com ventos acima dos 320 quilômetros por hora. Ondas gigantescas atingiram o litoral das Filipinas.

Profissionais de saúde alertaram que as áreas mais atingidas pelo tufão agora vão entrar em um momento de maior risco de contaminação por doenças infecciosas. O repórter da BBC em Tacloban Rajesh Mirchandani, afirma que sacos com corpos das vítimas do Hayan ainda se acumulam na rua principal da cidade.

Na sexta-feira, Mirchandani foi até o Centro de Convenções de Tacloban onde mais de mil pessoas aguardavam a distribuição de alimentos, mas nada foi entregue. "Mas, estacionado do lado de fora, na vista dos que estavam esperando, (estavam) dois caminhões carregados de alimentos, doados por uma empresa privada. (Os responsáveis) Me disseram que não havia ninguém para coordenar as doações, então eles ficaram esperando", disse o jornalista.

Foto: AFP

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