Filipinas tentam evitar fraudes e desvio de ajuda a vítimas de tufão

21 nov 2013 - 12h32
(atualizado às 12h33)
Moradores de Tolosa correm em direção ao avião que leva ajuda humanitárias
Moradores de Tolosa correm em direção ao avião que leva ajuda humanitárias
Foto: AP

Com milhões de dólares destinados a ajudar mais de 4 milhões de pessoas desabrigadas por um tufão nas Filipinas, as autoridades enfrentam um problema familiar no país: como impedir fraudes e evitar que políticos corruptos se aproveitem da situação.

O tufão Hiyan arrasou o país em 8 de novembro, devastando quase tudo em seu caminho e matando mais de 4 mil pessoas.

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Até o momento, quase 13 bilhões de pesos (298 milhões de dólares) em dinheiro e ajuda em mercadorias foram prometidos por países e entidades doadoras ao governo, que está sobrecarregado e recebeu críticas pela lenta resposta nos primeiros dias após o desastre.

O Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento Asiático se comprometeram a fornecer um total de mais de 1 bilhão de dólares em doações e empréstimos de emergência para apoiar a reconstrução e serviços emergenciais.

Some-se a isso os milhões de pesos levantados pelo setor privado, já que filipinos se empenharam em todo o mundo em atividades de arrecadação de recursos, e o resultado é um alvo lucrativo para golpistas e funcionários públicos inescrupulosos, em um dos países mais corruptos do Leste da Ásia.

As Filipinas aparecem em 105º lugar no índice de percepção de corrupção elaborado pela Transparência Internacional, que inclui 176 países e tem a Nova Zelândia como o país menos corrupto.

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Cenário é de devastação em Tacloban, uma das cidades mais atingidas pelo tufão
Foto: AP

"É uma grande dúvida na comunidade internacional de provedores de ajuda, especialmente ao ponto de ONGs internacionais estarem preocupadas", disse o secretário de Orçamento, Florencio Abad, quando perguntado sobre falsas entidades assistenciais e fraudes.

A Tricare, um programa de ajuda para militares dos Estados Unidos e aposentados do mundo todo, recebeu pedidos de auxílio de 2 milhões de pessoas por casas danificadas na cidade de Tacloban, devastada pelo tufão, e onde a população antes da tempestade era de 220 mil pessoas, disse Andrea Colley-Lopez, gerente da International SOS Assistance, entidade que dá apoio a organizações, incluindo a Tricare.

"As Filipinas sempre serão a ruína da nossa existência", disse ela, acrescentado que os provedores de assistência médica também encaminharam pedidos fraudulentos, o que prejudica o trabalho de ajuda às vítimas legítimas do tufão.

Autoridades do setor emergencial das Filipinas alertaram esta semana os órgãos doadores e o público sobre duas pessoas, incluindo uma que usava o sobrenome do presidente Benigno Aquino, que estavam solicitando ajuda para vítimas do tufão em nome do Ministério da Defesa.

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