As autoridades de Hong Kong solicitaram aos manifestantes pró-democracia que retirem suas barracas e deixem o principal acampamento perto da sede do governo, dizendo não poder promoter que não haverá “confrontos" quando o local for liberado na quinta-feira.
Milhares de policiais vão avançar sobre o acampamento no Almirantado, perto ao distrito comercial Central, após dois meses e meio de bloqueios de vias e esporádicos episódios de violência na ex-colônia britânica, que voltou ao comando da China em 1997.
Os protestos, que aconteceram nos dois principais locais da cidade, representam o mais sério desafio para a autoridade da China desde as manifestações pró-democracia de 1989 e da sangrenta repressão dentro e nos arredores da Praça da Paz Celestial, em Pequim.
“Não podemos garantir que não haverá confrontos”, disse a chefe de gabinete Carrie Lam, segunda no comando da cidade, a repórteres. “Eu apelo aos manifestantes que têm ilegalmente ocupado nossas ruas que empacotem seus pertences e deixem os locais de protestos.”
O Almirantado tem se mantido como um símbolo dos pedidos por democracia, os quais foram rejeitados pelo governo e por dirigentes do Partido Comunista em Pequim.
“Nosso objetivo é deixar o mundo ver o que exigimos e, mais importante, que o povo de Hong Kong possa se unir”, disse o manifestantes Kenneth Kan.
Alguns manifestantes começaram a recolher suas tendas na quarta-feira, com alguns veículos chegando para retirar móveis e suprimentos. Alguns tentavam preservar os trabalhos de arte do chamado “Movimento Guarda-Chuva”. Outros tiravam selfies e fotos com seus telefones e câmeras.
Muitos prometeram ficar até o fim, e há expectativa que mais manifestantes vão inflar os protestos novamente após saírem do trabalho ou da escola.
“Alguns vão resistir. Alguns vão sentar no chão e esperarem ser presos”, disse Johnny Chung, um estudante de 20 anos. “O governo é ridículo. Mais de 100 mil pessoas vieram aqui e dormiram na rua... e este governo não faz nada."
Hong Kong voltou ao governo da China sob a fórmula “um país, dois sistemas”, que permite à cidade certa autonomia da China continental e uma promessa de um eventual sufrágio universal.
Pequim permitiu uma votação para eleger o líder local em 2017, mas apenas após pré-selecionar os candidatos.