Pelo menos 55 supostos membros da rede terrorista Al Qaeda morreram neste domingo em ataques de aviões não tripulados (drones) americanos no sul do Iêmen, informou nesta segunda-feira o Ministério do Interior do país.
Em comunicado, o ministério informou que, entre os mortos, há três líderes locais da organização, Mohammed al Mushibi, Fauaz al Muharraq e Salah Muharraq, assim como integrantes árabes e outros estrangeiros.
As autoridades acrescentaram que continuam os trabalhos para identificar o restante.
Drones americanos bombardearam entre sábado e domingo posições da Al-Qaeda nas províncias de Abian e Shabua, no sul do Iêmen. O Ministério do Interior assinalou que os ataques aéreos em Abian foram "os mais duros" registrados desde que o exército iemenita enfrentou os terroristas até recuperar antigas fortificações da Al Qaeda na província em junho de 2012.
Assim que o ataque aéreo americano do sábado, um total de 11 supostos membros da Al-Qaeda morreram na província meridional de Al-Baida, onde o bombardeio acabou também com a vida de cinco civis, disseram hoje à Efe fontes da pasta.
Os polêmicos ataques com drones dos EUA são frequentes no Iêmen, já que Washington considera o país uma frente avançada em sua luta contra o terrorismo. As autoridades americanas apontam que a organização da Al-Qaeda na Península Arábica, com base no Iêmen, é um dos braços mais perigosos e ativos da rede terrorista.
Supostos membros da Al Qaeda assassinaram hoje a tiros três oficiais dos serviços secretos iemenitas em dois ataques separados na capital, Sana, o que fontes de segurança consideram uma resposta aos últimos ataques aéreos americanos.
Tribunal pediu que EUA divulguem informações sobre ataques
Uma corte federal de apelações norte-americanas ordenou que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos entregue um memorando justificando os ataques do governo contra pessoas supostamente ligadas ao terrorismo, incluindo cidadãos do país.
Em um caso que visa a fazer o Executivo prestar contas à sociedade sobre suas ações, a corte reverteu decisão anterior que preservava a confidencialidade de informações sobre os ataques, como a morte do norte-americano Anwar al-Awlaki em um ataque com drones no Iêmen em 2011.
Atendendo pedido do New York Times, um painel de juízes disse que o governo abriu mão de seu direito de confidencialidade ao emitir diversos comunicados públicos que justificavam os ataques.
Entre esses comunicados estão discursos ou comunicados de autoridades como o procurador-geral, Eric Holder, e do ex-consultor de contraterrorismo do governo Obama, John Brennan, defendendo a prática.
O NYT e dois jornalistas, Charlie Savage e Scott Shane, pediram acesso ao memorando, que autorizava o ataque tendo al-Awlaki, um clérigo que se uniu a uma afiliada da Al-Qaeda no Iêmen, assim como outros.
Ainda não se sabe se o governo vai apelar da decisão ou sobre quando o memorando deverá ser divulgado.
O Departamento de Justiça não comentou.
David McCraw, advogado do jornal, disse que o jornal está contente com a decisão, afirmando que ela encoraja o debate público sobre uma importante questão de política de segurança nacional e internacional.