A polícia indiana prendeu 22 pessoas neste domingo por conta da invasão da semana passada de uma prisão de segurança máxima no nordeste do país e o subsequente linchamento de um suspeito de estupro, um ato de violência de uma multidão que gerou protestos em uma região dividida em linhas religiosas e étnicas.
Milhares de pessoas no Estado de Nagaland atacaram a prisão para retirar um suspeito de estupro, espancá-lo até a morte e amarrar seu corpo em uma torre de relógio na quinta-feira, forçando as autoridades a impor um toque de recolher para restaurar a ordem.
"Vinte e duas pessoas foram presas pelos tumultos e por atacar o complexo penitenciário", disse o oficial de polícia L.L. Doungel à Reuters.
Muçulmanos em Nagaland e no Estado vizinho de Assam protestaram contra o linchamento no sábado e autoridades bloquearam serviços de Internet e mensagens de celular após o surgimento de vídeos do ataque.
A polícia afirmou que eles estavam tendo dificuldade em identificar as pessoas diretamente envolvidas no assassinato de Syed Farid Khan, 35, acusado de estuprar uma mulher de 19 anos da tribo de Naga múltiplas vezes.
O irmão de Khan relacionou o assassinato às tensões étnicas de Nagaland, cujos grupos indígenas têm acusado por décadas um número crescente de migrantes muçulmanos de Bangladesh de tomaram suas terras férteis ilegalmente.
A família acusou a polícia de implicar falsamente Khan no estupro para tentar erradicar os muçulmanos de Nagaland.
O linchamento também segue uma onda de raiva na Índia sobre a violência contra as mulheres. O linchamento de Khan coincidiu com a controvérsia sobre a ordem do governo de proibir a transmissão de um documentário sobre o estupro fatal de dezembro de 2012, de uma jovem estudante em Nova Délhi que causou choque na Índia e em todo o mundo.