Um parlamentar indiano se desculpou após ter prometido matar oposicionistas e estuprar mulheres.
Tapas Pal, do partido Trinamool Congress (TMC), detentor da maioria dos assentos no estado de Bengala Ocidental, leste da Índia, reconheceu que seu comentário "não tem justificativa" e foi "um grande erro de julgamento".
O parlamentar, um ator premiado que está no seu segundo mandato, fez as declarações há três semanas durante um discurso a correligionários. No entanto, o vídeo da sessão foi transmitido na última segunda-feira em um canal de televisão.
No vídeo, ele diz: "Se qualquer membro do CPM (Partido Comunista da Índia) estiver presente aqui, ouça-me. Se vocês encostarem em um trabalhador do Trinamool Congress, vocês vão pagar por isso".
"Se qualquer rival tocar uma mulher do partido, pai ou filho, eu vou arruinar suas gerações. Eu vou deixar os meus garotos à solta e eles vão cometer estupro. Sim, eles vão cometer estupro", prometeu.
O gesto de Pal causou revolta generalizada na Índia e dentro do TMC, cujos membros procuraram se distanciar dele.
Sem justificativa
Em um comunicado divulgado na noite de terça-feira, o parlamentar, de 55 anos, afirmou que "alguns comentários feitos no calor da campanha eleitoral me causaram tristeza e consternação".
"Não tenho justificativas para dar", afirmou. "Foi um grande erro de julgamento e profundamente insensível. Não deveria ter acontecido. E eu garanto que não vai acontecer novamente", acrescentou.
Antes do pedido de desculpas, Tapas Pal negara ter usado a palavra estupro. Mas no vídeo é possível ouvir claramente a palavra.
Paralelamente, um outro vídeo veio à tona com imagens que mostram o parlamentar dizendo a correligionários que tentaria obter a pena de morte para um suposto criminoso em um vilarejo da região. Ele acrescentava que, se não conseguisse, ele mesmo o mataria em público. O Partido Comunista pediu a cassação do mandato de Pal.
O estupro é um assunto sensível na Índia, principalmente depois de casos recentes de estupro coletivo que vêm revoltando o país.
Um dos mais chocantes aconteceu em 2012, quando uma jovem morreu depois de ser estuprada por um grupo dentro de um ônibus na capital Nova Déli.