Indonésia pede respeito às suas leis após execuções

Cinco estrangeiros foram fuzilados no país, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira

18 jan 2015 - 07h59
(atualizado às 08h45)
Ambulância transporta o corpo do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, que foi fuzilado na madrugada de domingo (no horário local) por tentar entrar no país com cocaína
Ambulância transporta o corpo do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, que foi fuzilado na madrugada de domingo (no horário local) por tentar entrar no país com cocaína
Foto: Antara Foto/Idhad Zakaria / Reuters

O procurador-geral da Indonésia, Muhammad Prasetyo, pediu neste domingo respeito às leis do país em resposta às críticas pela execução de seis réus, entre eles cinco estrangeiros, informou a imprensa local.

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Os condenados - um brasileiro, um holandês, dois nigerianos, um vietnamita e uma indonésia, todos eles por tráfico de drogas - foram fuzilados pouco depois da meia-noite (no horário local) em duas penitenciárias no centro da ilha de Java.

"Podemos entender a reação do mundo e dos países que têm cidadãos que foram executados. No entanto, cada país deve respeitar as leis aplicadas em nosso país", disse Praseyto, segundo o jornal "Jakarta Globe".

O procurador-geral reiterou a defesa da pena capital como medida dissuasória na luta contra o tráfico de drogas e crimes relacionados ao narcotráfico, e insistiu que continuará a haver punição na Indonésia.

"Acho que se compreenderá que a pena de morte está vigente na Indonésia", disse Praseyto em entrevista coletiva. Brasil e Holanda reagiram às execuções com o chamado para consultas de seus respectivos embaixadores em Jacarta.

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A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, manifestou sua "consternação e indignação" após a confirmação da execução de Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, e após ter ligado na sexta-feira para o presidente, Joko Widodo, pedindo clemência.

Widodo, considerado por muitos ativistas como uma esperança de mudança no país, optou pela linha dura na luta contra o narcotráfico, e no final de ano anunciou que não haveria clemência para os condenados por estes crimes.

A Anistia Internacional (AI) qualificou as execuções neste domingo como uma regressão para os direitos humanoss. Essas foram as primeiras das 20 que o governo indonésio planeja realizar este ano, depois de ano passado não ter havido nenhuma.

"Este é um sério passo atrás em um dia muito triste. A nova administração assumiu o cargo com a promessa de fazer dos direitos humanos uma prioridade, mas a execução de seis pessoas deixa esse compromisso pra trás", disse o diretor de investigação da AI no Sudeste Asiático, Rupert Abbott.

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O procurador-geral indonésio respondeu anunciando a aceleração da segunda fase de execuções.

"Não deveria haver nenhum processo legal por terminar. Assim que os tenhamos completado prepararemos as execuções tão breve quanto possível", disse Praseyto ao site "Jpnn.com".

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