Inundações generalizadas deixaram mais de 800 mortos e deslocaram mais de um milhão de pessoas de casa na Índia, Nepal e Bangladesh, e equipes de resgate alertaram sobre severa escassez de alimentos e doenças transmitidas pela água, enquanto as chuvas continuam a assolar a região.
Chuvas sazonais de monção, que são fundamentais para agricultores do sul da Ásia, normalmente fazem vítimas e causam perdas em propriedades todo ano entre julho e setembro, mas autoridades afirmam que a inundação deste ano é a pior em muito tempo.
Ao menos 115 pessoas morreram e mais de 5,7 milhões foram afetadas em Bangladesh, à medida que as chuvas inundaram mais de um terço do país de baixa altitude e densamente povoado.
"O nível da água tem descido gradualmente. A situação das inundações melhorará se não chover mais rio acima", disse Sazzad Hossain, engenheiro executivo do Centro de Previsão e Alerta de Inundações de Bangladesh, à Reuters.
Reaz Ahmed, diretor-geral do Departamento de Gestão de Desastres, disse que há preocupações crescentes sobre escassez de alimentos e a disseminação de doenças.
"Com as águas das inundações recuando, existe a possibilidade de uma epidemia. Nós tememos o surto de doenças transmitidas pela água se águas limpas não forem garantidas logo", disse Ahmed à Reuters.
No Estado indiano de Assam, que faz fronteira com Bangladesh, ao menos 180 pessoas morreram nas últimas semanas.
Chuvas torrenciais também atingiram os Estados de Arunachal Pradesh, Nagaland e Manipur, matando ao menos 30 pessoas.
Águas do rio Brahmaputra alagaram no início de julho o santuário de vida selvagem de Kaziranga em Assam. Desde então, as inundações mataram mais de 350 animais, incluindo 24 rinocerontes de um chifre, que estão em risco de extinção, cinco elefantes e um tigre.
"Nós estamos enfrentando um desastre natural", disse a ministra de Floresta de Assam, Pramila Rani Brahma, à Reuters.
Enquanto isso, no Estado de Bihar, ao menos 253 pessoas perderam suas vidas, onde chuvas incessantes devastaram plantações, destruíram estradas e interromperam o fornecimento de energia.
No Nepal, 141 mortes foram confirmadas, enquanto milhares de sobreviventes retornaram para suas casas quase destruídas.