O governo japonês finaliza uma reforma para permitir que as mulheres da Família Imperial continuem tendo um papel oficial após se casar, para enfrentar o preocupante descenso de seus membros, informou neste domingo o jornal Japan Times.
Segundo a tradição japonesa, as mulheres deixam de fazer parte da Casa Imperial ao contrair matrimônio com um homem sem este status e desaparecem de maneira automática da vida pública.
Com a morte do príncipe Katsura, um primo do imperador, no dia 8 de junho, o número de membros da Família Imperial se reduziu para 21. Deles, oito são mulheres solteiras, que ao se casar com pessoas comuns deixarão de fazer parte da família, com o que esta se reduzirá consideravelmente.
A reforma da lei da Casa Imperial, um assunto de constante debate no Japão, ficou estacionada com a chegada ao poder do atual primeiro-ministro, Shinzo Abe, que assumiu seu cargo em dezembro de 2012, mas voltou a reavivar-se nas últimas semanas. Além da morte do primo do imperador, também influiu o anúncio em maio passado do compromisso de um membro da família imperial, a princesa Noriko, sobrinha de Akihito.
As mudanças prpostas se centrariam em permitir às mulheres seguir participando de atividades oficiais da Casa Imperial com status de autoridades públicas. Para isso, o governo japonês estuda dar aos membros femininos da Família Imperial novos títulos, segundo revelaram fontes ligadas ao assunto citadas pelo diário.
O príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, tem só uma filha, Aiko, por isso que - segundo a Lei de Sucessão que estabelece que no Japão as mulheres não podem reinar - o trono passará após ele a seu sobrinho Hisahito, de 7 anos, filho de seu irmão Fumihito.