A junta militar da Tailândia intimou neste sábado 35 políticos e intelectuais favoráveis à democracia para que compareçam diante das novas autoridades do país, que mantêm a perseguição contra opositores e críticos iniciada após o golpe de Estado da última quinta-feira.
Entre os novos convocados estão os professores da Universidade de Thammasat, Somsak Jeamteerasakul, Worachet Pakeerut e Sawatri Suksri, os dois últimos, membros do coletivo "Nitirat", que defende uma reforma da lei de "lesada altivez", que pune com penas de entre três e 15 anos de prisão o crime de difamação da Casa Real.
Outros intelectuais intimados foram Suda Rangupan, ex-professor da Universidade Chulalongkorn, e Pavin Chachavalpongpun, professor da Universidade de Kioto, informou o jornal Bangkok Post.
A junta fez a convocação um dia depois de intimar outras 150 personalidades políticas e ativistas, entre elas a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, além de 22 membros de seu clã familiar e aliados políticos.
Todos eles foram colocados sob custódia após terem se apresentado aos militares e transferidos, já durante a noite, para diversas bases e casas fora da capital controladas pelo Exército.
Os militares também detiveram 21 ativistas dos chamados "camisas vermelhas", grupo que apoia a corrente política dos Shinawatra, após várias batidas em localidades de seu reduto no nordeste do país, segundo o jornal "The Nation".
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Desde o golpe, a junta militar suspendeu a Constituição, salvo as disposições referentes ao Rei, decretou o toque de recolher durante a noite e proibiu as reuniões públicas.
Também estabeleceu a censura à imprensa, com o fechamento de emissoras de rádio e televisão, e começou a bloquear sites críticos com o golpe como o da Human Rights Watch, de acordo com uma denúncia feita no Twitter pelo representante da organização no país.
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Soldados tailandeses montam guarda no Clube do Exército, depois que o general Prayuth Chan-ocha se reuniu com líderes anti-governo, no local, no centro de Bangoc
Foto: AFP
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Imagem mostra, em meio a arames de segurança, soldados em posição de guarda em um posto do governo, próximo a Bangoc. Nesta quinta-feira, o exército da Tailândia deu um golpe de Estado no país.
Foto: AFP
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Manifestantes anti-governo descansam em um acampamento , montado em Bangoc
Foto: AFP
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Jornalistas entrevistam Luang Pu Buddha Isara, líder dos manifestantes que ocupam o governo. O Exército ordenou que os acampamentos de manifestantes fossem desfeitos, e soldados atiraram para o ar para dispersar ativistas pró-governo unidos nos arredores de Bangcoc
Foto: AFP
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Membro de grupo pró-governo caminha próximo a um soldado tailandês em um acampamento na província de Nakhon Pathom, em Bangoc, em 22 de maio. O Exército ordenou que os acampamentos de manifestantes fossem desfeitos logo após o anpundcio go golpe militar
Foto: Reuters
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Soldados tailandeses tomam suas posições no Clube do Exército após anúncio o comandante do exército, Prayuth Chan-ocha, tomar controle do governo paós um golpe militar
Foto: Reuters
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Militares fazem guarda do lado de fora do Clube do Exército, onde foi realizado um encontro entre facções rivais para a discussão da crise no país, no centro de Bangoc
Foto: Reuters
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Militar prepara para agir próximo ao local onde grupos se reuniram para discutr a crise política na Tailândia, na capital, Bancoc, em 22 de maio. O golpe militar foi aplicado dois dias após o Exército declarar lei marcial no país
Foto: Reuters
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O general Prayuth Chan-ocha desembarca em Bangoc antes do encontro com oficiais do alto escalão, após o Exército declarar lei marcial na tentativa de retomar a ordem no país
Foto: Reuters
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Monges budistas caminham próximos a soldados que montam guarda em um posto de inspeção, perto de um acampamento montado por manifestantes pró-governo em Bangoc, em 22 de maio
Foto: Reuters
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Soldados garantem a segurança do Clube do Exército, onde foi realizado um encontro entre facções rivais para a discussão da crise na Tailândia