Líder da Al Qaeda que planejou ataque a metrô de NY é morto

Adnan al-Shukrijumah, cujo nome está na lista americana dos "terroristas mais procurados", foi assassinado em uma operação do exército do Paquistão

6 dez 2014 - 10h12
(atualizado às 11h27)
Foto de arquivo de Adnan Shukrijumah fornecida pelo FBI
Foto de arquivo de Adnan Shukrijumah fornecida pelo FBI
Foto: FBI / AP

O Exército paquistanês declarou neste sábado ter matado o chefe das operações externas da rede Al-Qaeda, procurado pelos Estados Unidos por planejar um ataque contra o metrô de Nova York em 2009, em uma operação perto da fronteira afegã.

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Adnan al-Shukrijumah, cujo nome está na lista americana dos "terroristas mais procurados", morreu neste sábado em uma operação seletiva no Waziristão do Sul, reduto talibã, anunciou o Exército paquistanês em um comunicado enviado à AFP.

Considerado o chefe das operações externas e uma "estrela em ascensão" da Al-Qaeda, Al-Shukrijumah é acusado de um complô para explodir bombas no metrô de Nova York em setembro e 2009, e de ter considerado atacar o Canal do Panamá, segundo fontes americanas.

De origem saudita, Adnan al-Shukrijumah, de 39 anos, subiu aos poucos os degraus da rede fundada pelo falecido Osama Bin Laden depois ter iniciado sua trajetória lavando pratos em um campo de treinamento da Al-Qaeda.

Chegou aos Estados Unidos ainda criança e viveu no Brooklyn antes de se mudar com sua família para a Flórida (sudeste) em 1990, de acordo com investigadores americanos durante uma audiência sobre o plano frustrado contra o metrô de Nova York.

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Segundo as fontes americanas, ele viajou para o Afeganistão antes dos ataques de 11 de setembro de 2001 e vivia no Paquistão, na região do Waziristão, epicentro do movimento jihadista frequentemente bombardeado por drones americanos.

Após o fracasso das negociações com os talibãs do TTP e sob pressão de Washington, o Exército paquistanês lançou em junho uma operação no Waziristão do Norte, área semi-autônoma usada há anos como um refúgio de insurgentes talibãs e de seus aliados da Al-Qaeda, incluindo estrangeiros, em sua maioria uzbeques e árabes.

Esta operação, na qual o Exército afirma ter matado 1.500, levou os insurgentes a fugirem para o Afeganistão e outras zonas tribais do noroeste do Paquistão.

Adnan al-Shukrijumah se refugiou na vizinha zona tribal do Waziristão do Sul.

"O líder da Al-Qaida Adnan al-Shukrijumah foi abatido de manhã cedo em um ataque em Sinwarsak, no Waziristão do Sul", disse o Exército, acrescentando que ele era o responsável por "todas as operações externas da Al-Qaeda", principalmente contra alvos ocidentais.

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Seus guardas também foram mortos neste ataque que deixou um morto e um ferido nas fileiras do Exército paquistanês, segundo fontes militares.

De acordo com várias pessoas, as autoridades bloquearam os acessos à cidade e interromperam os sinas de telefone pouco antes do ataque.

Um chefe tribal de uma aldeia vizinha indicou que dois helicópteros e drones voavam a baixa altitude, um prelúdio dos tiroteios que "duraram horas."

O anúncio de sua morte coincide com a visita do secretário de Defesa americano Chuck Hagel ao Afeganistão antes da retirada das tropas de combate da OTAN no final do mês.

Os Estados Unidos e o Afeganistão acusaram por muito tempo o Paquistão de jogar um "jogo duplo" na "guerra contra o terror", declarando oficialmente lutar contra os rebeldes islâmicos, mas protegendo alguns deles, especialmente alguns talibãs afegãos.

Em maio de 2011, o ataque de um comando americano contra Bin Laden no Paquistão exacerbou as suspeitas americanas.

Mas a operação contra Adnan al-Shukrijuma "significa uma mudança de posição do Exército sobre a Al-Qaeda e grupos sunitas armados", declarou à AFP Imtiaz Gul, diretor do Centro de Pesquisa sobre a Segurança (CSIS) em Islamabad.

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