Malásia diz que conversou em segredo com rebeldes da Ucrânia

Os rebeldes entregaram os equipamentos para representantes malaios em Donetsk, sede do território controlado pelos separatistas

22 jul 2014 - 01h23
(atualizado às 01h41)
<p>Primeiro-ministro Najib Razak em entrevista coletiva no aeroporto de Kuala Lumpur</p>
Primeiro-ministro Najib Razak em entrevista coletiva no aeroporto de Kuala Lumpur
Foto: Samsul Said / Reuters

O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, afirmou na madrugada desta terça-feira que manteve conversas secretas com o líder dos rebeldes pró-russos, Alexander Borodai, para recuperar as caixas-pretas do avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia. "Nos últimos dias, trabalhamos em segredo para entrar em contato com aqueles a cargo do local onde caiu o MH17", disse o primeiro-ministro poucas horas antes da entrega das caixas-pretas, segundo o jornal New Straits Times.

Os rebeldes entregaram os equipamentos para representantes malaios em Donetsk, sede do território controlado pelos separatistas, e transferiram os 282 corpos e 87 fragmentos dos passageiros e tripulantes da aeronave em um trem até a cidade de Kharkiv, território sob domínio do governo ucraniano.

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A Malásia recebeu críticas por não ter sido mais firme com os rebeldes pró-Rússia, que foram acusados pelos Estados Unidos de terem abatido o Boeing-777 e que durante dias dificultaram o acesso ao local dos destroços do avião às equipes internacionais.

"Nos últimos dias, houve momentos em que eu queria dar mais voz a raiva e a dor que o povo malaio sente. E que eu também sinto. Mas, às vezes, devemos trabalhar silenciosamente para conseguir um melhor resultado", disse Najib em Putrajaya, a capital administrativa da Malásia. "Entendo que para as famílias, nada pode desfazer este prejuízo. As vidas não poderão ser recuperadas. A dignidade perdida não pode ser resgatada", acrescentou Najib.

O Boeing-777 de Malaysia Airlines com 298 passageiros a bordo caiu na última quinta-feira na região leste de Donetsk, palco de combates entre as forças governamentais da Ucrânia e os rebeldes pró-russos.

A aeronave fazia a rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur e suspeita-se que foi abatida por um míssil terra-ar, segundo o serviço de inteligência dos Estados Unidos. As autoridades ucranianas e os insurgentes pró-russos trocaram acusações sobre quem foi responsável pela derrubada do avião.

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A maioria dos passageiros, 193, era de nacionalidade holandesa, um deles com dupla nacionalidade americana. Também estavam a bordo do voo MH17 43 malaios (incluídos os 15 membros da tripulação e dois bebês), 27 australianos, 12 indonésios (entre eles um bebê), dez britânicos (um deles com dupla nacionalidade sul-africana), quatro alemães, quatro belgas, três filipinos, um canadense e um neozelandês.

Foto: Terra

  
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