Médicos sem Fronteiras alertam para doenças em crianças nas Filipinas

16 nov 2013 - 22h29
(atualizado às 22h29)

A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) alertou para a vulnerabilidade das crianças afetadas pelo Tufão Haiyan nas Filipinas e para um cenário de uma eventual propagação de doenças como cólera ou o tétano. Em comunicado, a organização não governamental diz ter identificado os primeiros casos de tétano em Guiuan, na Ilha de Samar, a primeira a ser golpeada pelo tufão Haiyan e uma das últimas a receber assistência humanitária. Segundo o mais recente balanço oficial, o Tufão Haiyan, um dos mais poderosos que atingiu as Filipinas há uma semana, matou 3.621 pessoas.

"Antecipamos um aumento significativo de complicações respiratórias e de diarreia entre a população infantil", disse o presidente da MSF na Espanha, José Antonio Bastos, alertando para a existência de um número expressivo de feridos, com diferentes graus de gravidade, com "potencial enorme" de piorar, caso não recebam tratamento.

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O mesmo responsável advertiu ainda, em declarações citadas pela agência EFE, para o risco de infecções epidémicas - como a cólera e, em particular, a leptospirose, provocada por uma bactéria transmitida pela urina e fezes de ratos na água em contacto com as pessoas. Uma infeção que "pode ser grave e potencialmente mortal sem tratamento", explicou.

Em Guiuan, as equipas da MSF encontraram o hospital completamente destruído, tendo montado clínicas móveis nas quais assistem os feridos. Depois de "enormes dificuldades e um ‘pesadelo’ logístico", a MSF disse ter alcançado as quatro ilhas mais afetadas - Leyte, Samar, Panay e Cebu -, onde encontraram um cenário de destruição e uma situação climática adversa.

O Haiyan arrasou cerca de 90% de Guiuan (Samar), mais de 70% de Tacloban (Leyte) e metade da cidade de Roxas (Panay), na zona central do arquipélago.

Com cerca de uma centena de profissionais em terra e aproximadamente 200 toneladas de ajuda - que vai ser reforçada nos próximos dias -, a MSF tenta chegar às áreas mais remotas que mais preocupação geram pelo seu isolamento.

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Foto: AFP

Agência Brasil
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