O terremoto que assolou o Nepal há 10 dias acabou com milhares de vidas, destruiu parte de suas infraestruturas e foi, além disso, um golpe ao turismo, uma das principais indústrias do país, com o cancelamento de 80% das reservas de visitantes estrangeiros esta temporada.
O secretário-geral da Associação Hoteleira do Nepal, Binayak Shah, informou nesta terça-feira à Agência Efe que perderam a maior parte das reservas para a temporada de primavera que acabava de começar, depois do terremoto que atingiu o país em 25 de abril.
O turismo representa cerca de 8% da economia do país do Himalaia em 2014, com a chegada de 800 mil viajantes, atraídos especialmente por montanhas como o Everest, a escalada e caminhada ou "trekking".
"A morte de turistas em Langtang e Manaslu (zonas com grandes rotas para caminhada) vai ter um impacto no setor", disse à Agência Efe o presidente da Associação das Agências de Caminhada do Nepal, Ramesh Dhamala.
O empresário calculou que entre 120 mil e 150 mil turistas chegam a cada ano ao Nepal para fazer "trekking" e gastam uma média de US$ 40 por dia em um país com uma renda per capita de US$ 740.
No entanto, Dhamala se mostrou confiante que "o amor pelas montanhas e as trilhas trarão outra vez os turistas", algo que espera que ocorra na temporada de setembro.
Enquanto isso, jornalistas e voluntários ocupam parte dos quartos hoteleiras abandonadas pelos viajantes.
"O grande número de pessoal de agências internacionais de resgate e jornalistas estão mantendo a ocupação dos grandes hotéis intacta até agora", indicou o secretário-geral da Associação Hoteleira do Nepal, Binayak Shah.
Os mortos pelo terremoto chegam a 7.557 e os feridos a 14.409, a maioria deles concentrados nos distritos de Sindhupalchowk, ao norte da capital nepalês, e na própria demarcação administrativa de Katmandu.
O terremoto de 7,8 graus na escala aberta de Richter foi o de maior magnitude registrado no Nepal em 80 anos e o pior na região em uma década desde que em 2005 outro terremoto matou mais de 84 mil pessoas na Caxemira.