Investigadores de aviação se dirigiram nesta quinta-feira (30/07) à Ilha da Reunião, no Oceano Índico, para determinar se o destroço de um avião levado até as margens é parte do Boeing 777-200 do voo MH370, da Malaysia Airlines, que desapareceu em março de 2014 com 236 pessoas a bordo.
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O destroço de aproximadamente dois metros de comprimento, que parece ser parte de uma asa, foi encontrado em Saint-André, na costa leste da ilha, por funcionários de uma associação de limpeza. A Ilha da Reunião é um departamento (província) ultramarino do governo francês, localizada ao leste da Ilha de Madagascar.
A descoberta alimentou esperanças na Malásia e em todo o mundo de que um dos maiores mistérios da história da aviação possa estar próximo de ser desvendado. No entanto, autoridades e a companhia aérea advertiram para que não fossem tiradas conclusões precipitadas.
Autoridades francesas, malaias e australianas começaram a averiguar a origem do objeto. "Qualquer destroço que seja encontrado precisa ser verificado antes de podermos confirmar se ele pertence ao voo MH370", disse o ministro dos Transportes da Malásia, Liow Tiong Lai.
O vice-ministro dos Transportes da Malásia, Abdul Aziz Kaprawi, explicou que o país enviou especialistas do Departamento de Aviação Civil e da Malaysia Airlines, que serão acompanhados por representantes da Boeing, fabricante da aeronave 777-200. "Esperamos poder completar a verificação em dois dias", afirmou Kaprawi.
O vice-primeiro-ministro da Austrália, Warren Truss, disse que um número carimbado no pedaço encontrado pode acelerar o processo de identificação. Segundo Truss, não se trata de um número de série, mas poderia ser algum registro de manutenção.
"Esta é a primeira evidência real da possibilidade de que uma peça da aeronave tenha sido encontrada", disse Truss, de forma cuidadosa.
Correntes marítimas explicariam destroço na costa africana
A Ilha da Reunião está localizada a cerca de quatro mil quilômetros da área de 50 mil quilômetros quadrados considerada como a mais provável da queda da aeronave. Uma testemunha na ilha afirmou que o destroço estava "coberto de conchas", indicando que tinha ficado por um longo período debaixo d'água.
O oceanógrafo australiano David Griffin, que trabalhou nas buscas do MH370, afirmou ser plausível que as correntes marítimas do Oceano Índico tenham levado destroços flutuantes da área de buscas até a Ilha da Reunião. Em entrevista à emissora ABC, o oceanógrafo explicou que ventos e correntes conduziriam destroços flutuantes do sul do Oceano Índico para o norte e, em seguida, para oeste ao longo da linha do Equador.
O especialista francês em aviação Xavier Tytelman, escreveu que há uma "semelhança incrível" entre o destroço localizado e os flaps da asa de um Boeing 777-200.
Autoridades envolvidas nas buscas lideradas pela Austrália acreditam que o voo, que viajava de Kuala Lumpur a Pequim, desviou sua rota por algum motivo desconhecido e caiu no Oceano Índico em 8 de março de 2014. Porém, nenhuma evidência física foi encontrada e, em janeiro, todos os 239 passageiros e tripulantes foram declarados mortos por autoridades da Malásia.