O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nessa terça-feira, em Pearl Harbor, que a união com o Japão nunca foi tão forte como agora, depois de o primeiro-ministro do país, Shinzo Abe, ter expressado condolências às vítimas do ataque à base naval durante a Segunda Guerra Mundial.
"Nos bons momentos e nos ruins, estamos disponíveis uns para os outros", disse Obama após o discurso de Abe, pedindo também a "resistência com urgência de demonizar o que é diferente".
"Dou boas-vindas aqui com o espírito da amizade. O povo do Japão sempre me deu boas-vindas", disse o presidente ao primeiro-ministro em frente ao monumento USS Arizona, em Honolulu, onde jazem 1.102 dos 1.117 marinheiros e fuzileiros mortos no encouraçado de mesmo nome durante o ataque japonês.
"Há mais para ganhar na paz do que na guerra. A reconciliação compensa mais do que o castigo. A aliança entre os EUA e o Japão ajudou a fortalecer uma ordem internacional que evitou outra guerra mundial. Os frutos da paz superam os saques da guerra", disse Obama.
Os dois líderes prestaram homenagem às vítimas e aos sobreviventes do ataque surpresa do Japão contra a base naval de Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, o que provocou a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial.
Abe foi a Pearl Harbor depois de Obama ter viajado em maio a Hiroshima. Ele foi o primeiro presidente dos EUA no exercício do cargo a visitar a cidade japonesa alvo da primeira bomba atômica americana, lançada em 6 de agosto de 1945.
Em Hiroshima, Obama visitou o Parque da Paz, construído no epicentro da explosão que arrasou a cidade e matou 140 mil pessoas. O presidente não pediu perdão pelo ataque, mas fez um profundo discurso, repleto de referências morais, no qual refletiu sobre a tragédia e prestou homenagem às vítimas.
O governo do Japão já tinha antecipado que Abe também não pediria desculpas pelo ataque do país a Pearl Harbor. O primeiro-ministro, porém, expressou hoje suas "eternas condolências" pelos militares americanos mortos no bombardeio.