ONG teme que tufão tenha afetado centenas de cidades nas Filipinas

11 nov 2013 - 15h40
(atualizado às 15h40)

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) manifestou nesta segunda-feira o temor de que a devastação do tufão Haiyan tenha alcançado centenas de cidades que ficaram isoladas na ilha de Leyte, região central das Filipinas.

"Atualmente estamos trabalhando em um vazio informativo. O pouco que vemos já indica que a situação é terrível, mas o que não vemos é o mais preocupante", informou em comunicado a médica Natasha Reyes, coordenadora da MSF nas Filipinas.

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Uma equipe de 15 profissionais da ONG já está na cidade de Tacloban, na ilha de Leyte, onde o tufão bateu na sexta-feira passada, e outros 50 médicos, enfermeiros e psicólogos se encontram de caminho.

Filipinas  
Capital Manila
População 100 milhões
Área 300 mil km² (7 mil ilhas)
Média de idade 23 anos
Religião 80% católicos

"A informação que recebemos de Tacloban é que a cidade inteira, de 400 mil habitantes, foi devastada. Além disso, há centenas de cidades espalhadas ao longo de milhares de quilômetros pelos quais o tufão passou e nos quais as comunicações foram cortadas", acrescentou Natasha.

"Honestamente, ninguém sabe qual é a situação nessas regiões mais remotas e rurais, e passará um tempo até que tenhamos uma visão geral. Esse tipo de desastre não tem precedentes nas Filipinas. As consequências são parecidas com as de um tsunami", comparou a coordenadora da MSF.

A médica explicou que o exército das Filipinas está sob enorme pressão para atender os feridos que foram reunidos no aeroporto de Tacloban, diante da carência de remédios e de provisões.

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Fome e sede ameaçam sobreviventes de tufão
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"O povo está levando os feridos ao aeroporto de moto ou a pé, e caminhando, o trajeto leva seis horas. O hospital regional de Tacloban foi atingido por uma inundação litorânea propícia pela tempestade e o equipamento médico desapareceu. Ainda não está claro que ficou de pé", relatou Reyes.

Mulher que deu à luz após tufão corre risco de morrer
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A cooperante ressaltou que as necessidades mais urgentes são tratar os traumatismos, cortes e ferimentos na cabeça, assim como frear o risco de contrair o tétano e abordar com profissionais os problemas mentais das vítimas.

"Recebemos informação de que há pessoas vagando pela região absolutamente desesperadas", acrescentou a coordenadora filipina.

Câmera registra chegada de tufão devastador ao Vietnã
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A Médicos Sem Fronteiras divulgou que enviou 329 toneladas de artigos médicos e de emergência, embora haja muitas dificuldades para chegar às regiões afetadas pelo tufão.

O último relatório do organismo governamental filipino estabeleceu o número de mortos pelo tufão em todo o país em 255, com 71 feridos e 38 desaparecidos, e o número de afetados em quase 9,7 milhões de pessoas, com 615 mil deslocados, dos quais 433 mil estão nos mais de 1.400 abrigos do governo.

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O tufão "Haiyan", que hoje chegou ao território vietnamita após perder intensidade em sua passagem pelo Mar do Sul da China, entra enfraquecido como tempestade tropical nas províncias do sul da China.

Foto: AFP
  
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