A União Europeia e o Japão ignoraram nesta quinta-feira as advertências lançadas pela Coreia do Norte e apresentaram uma resolução à ONU para que se investigue o regime de Pyongyang por crimes contra a humanidade.
A resolução foi apresentada a um comitê da Assembleia Geral da ONU, apesar de uma intensa movimentação diplomática da Coreia do Norte, que tentou retirar partes do documento, incluindo o trecho que pede ao Conselho de Segurança que leve Pyongyang à Corte Penal Internacional.
"Não podemos ignorar o sofrimento do povo da Coreia do Norte", disse a conselheira italiana Emilia Gatto ao apresentar a resolução. A situação dos direitos humanos gera "preocupações muito sérias".
A resolução, promovida por 48 países, condena as violações dos direitos humanos na Coreia do Norte e pede uma investigação criminal sobre o país, com base na investigação realizada este ano pela ONU, que expõe a brutalidade do regime.
A investigação, que reúne testemunhos de cidadãos norte-coreanos exilados, detalha a existência de uma vasta rede de campos de prisioneiros e casos documentados de tortura, violação, assassinato e escravidão.
A Coreia do Norte reagiu acusando União Europeia e Japão de "escolher o caminho do confronto" e advertiu que qualquer possibilidade de cooperação em matéria de direitos humanos ficará "perdida para sempre" caso a resolução avance.
"Se União Europeia e Japão conseguirem aprovar esta resolução contra a Coreia do Norte (...) obterão apenas resultados imprevisíveis e os dois terão que se responsabilizar completamente por todas as consequências", advertiu o conselheiro norte-coreano Kim Song.