O papa cumprimentou nesta segunda-feira (18) de maneira muito emotiva uma idosa vítima da escravidão sexual durante a Segunda Guerra Mundial na catedral de Myeongdong, em Seul, onde celebra a última missa de sua visita de cinco dias à Coreia do Sul.
O papa passou vários minutos segurando a mão de Kim Bok-dong, de 89 anos, que foi à missa em cadeira de rodas, e era uma das sete "escravas sexuais" que participaram da cerimônia. Kim, conhecida ativista pelos direitos deste grupo, entregou um pin com uma borboleta a Francisco, que o colocou em sua lapela.
A borboleta é o símbolo das meninas e adolescentes que o Império Japonês recrutou nos países colonizados na Ásia como escravas sexuais para seus soldados durante a Segunda Guerra Mundial, conhecidas eufemisticamente como "mulheres de conforto".
Estima-se que até 200 mil mulheres, a maioria coreanas, foram vítimas da escravidão sexual do Japão, embora pouco mais de meia centena delas permaneçam vivas e todas têm mais de 80 anos. Estas, junto a outros seguidores da causa, se manifestam toda quarta-feira há 24 anos para exigir de Tóquio desculpas "sinceras", apesar de o país vizinho já ter se desculpado oficialmente em 1993.
Após o emotivo encontro com a mulher, o pontífice deu início à última missa de sua visita de cinco dias à Coreia do Sul.
A missa pela paz e pela reconciliação procura principalmente promover o entendimento e a unificação na dividida península coreana.
Após a missa em Myeongdong vai acontecer uma cerimônia de despedida e o papa partirá outra vez para Roma após cinco dias na Coreia do Sul, onde fez uma visita considerada histórica ao ser a primeira em 25 anos de um papa a este país que abriga 5,4 milhões de católicos.