Paquistanesa é apedrejada por casar-se com homem que amava

Entre os agressores estão o pai, dois irmãos e um ex-noivo da vítima; Farzana Iqbal sofreu severos danos na cabeça e morreu no hospital

27 mai 2014 - 11h04
(atualizado em 29/5/2014 às 13h15)
<p>Polícia coleta evidências do crime próximo ao corpo de Farzana Iqbal, que morreu apedrejada pela própria família, próximo à Alta Corte de Lahore, em 27 de maio</p>
Polícia coleta evidências do crime próximo ao corpo de Farzana Iqbal, que morreu apedrejada pela própria família, próximo à Alta Corte de Lahore, em 27 de maio
Foto: Reuters

Uma mulher de 25 anos foi apedrejada até a morte por sua família do lado de fora de um dos principais tribunais do Paquistão nesta terça-feira, em uma chamada sentença de morte por “honra”, cujo motivo foi ter se casado com o homem que amava, disse a polícia.

Farzana Iqbal estava esperando a abertura da Alta Corte na cidade de Lahore, leste do país, quando um grupo de dezenas de homens a atacou com tijolos, disse o policial Umer Cheema.

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O pai dela, dois irmãos e um ex-noivo estavam entre os agressores, disse ele. Farzana sofreu severos danos na cabeça e morreu no hospital, segundo a polícia.

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Todos os suspeitos, exceto o pai, escaparam. Ele admitiu ter matado a filha, de acordo com Cheema, e afirmou que era uma questão de honra. Muitas famílias paquistanesas consideram que uma mulher se casar com alguém de sua própria escolha traz desonra à família.

Farzana havia sido noiva de um primo, mas casou-se com outro homem, disse o policial. Sua família registrou uma acusação de sequestro contra ele, mas Farzana havia ido à Corte para argumentar que havia casado com ele por vontade própria.

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Cerca de 1.000 paquistanesas são mortas todos os anos por suas famílias em nome da honra, de acordo com o grupo de direitos Aurat Foundation. Mas o número real é provavelmente muitas vezes maior, considerando que a fundação apenas registra dados baseados em registros de jornais. O governo não compila estatísticas nacionais.

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