Em uma reviravolta, a polícia indiana acusou nesta quinta-feira dois homens pelo assassinato de uma jovem de 16 anos que havia sido estuprada por um grupo em duas ocasiões e que morreu na véspera do Ano-Novo, dias após ser resgatada em chamas da casa onde morava. Até agora, as autoridades afirmavam que a jovem tinha tentado se suicidar após a sequência de estupros.
A jovem foi atacada pela primeira vez no dia 26 de outubro em Madhyamgram, perto de Calcutá. No dia seguinte, ela foi novamente estuprada pelo mesmo grupo, de ao menos seis homens, quando voltava da delegacia onde foi denunciar o crime junto com seu pai.
Alguns membros do grupo chegaram a ser presos, mas outros seguiram fazeando ameaças à família. O pai da jovem foi ameaçado de morte caso a acusação não fosse retirada.
No dia 23, a jovem foi hospitalizada com cerca de 60% do corpo queimado depois que sua casa foi incendiada. A polícia divulgou que a própria vítima teria ateado fogo ao corpo. Ela acabou morrendo no hospital no dia 31 de dezembro em função das graves queimaduras.
"Minha filha era pressionada constantemente para que retirasse a denúncia. Ameaçavam-na quase todos os dias. Nos mudamos de casa, mas o assédio continuou. Ela entrou em depressão, e tinha medo de sair", relatou o pai da jovem à EFE após sua morte.
O caso, que já era alvo de protestos nas ruas do país, ganhou proporções ainda maiores depois que o pai da jovem afirmou que a polícia tentou cremar o corpo logo após a morte, sem a permissão da família. Diante de uma série de manifestações, o corpo foi devolvido aos parentes para que realizassem a cerimônia fúnebre.
A jovem morreu de falência múltipla dos órgãos, com queimaduras graves no rosto e garganta que dificultavam sua respiração.