A polícia da Coreia do Sul montou nesta sexta-feira (data local) um amplo dispositivo de segurança em torno do Tribunal Constitucional e do escritório presidencial em Seul devido às manifestações previstas por ocasião do anúncio da esperada sentença que definirá o futuro da presidente Park Geun-hye.
Mais de 21,6 mil agentes isolam a máxima instância judicial sul-coreana, a Casa Azul, a sede da presidência e outros edifícios governamentais da capital por causa das manifestações contrárias e favoráveis a Park convocadas para hoje.
O Tribunal Constitucional deve anunciar hoje, às 11h locais, se confirma ou não o impeachment de Park já aprovado pela Assembleia Nacional em dezembro devido ao envolvimento da presidente em um escândalo de corrupção que abalou o país no fim de 2016.
Grupos de opositores e aliados da presidente convocaram manifestações para depois da decisão judicial, que será anunciada ao vivo nas emissoras de televisão do país. Os protestos já estão ocorrendo nos últimos dias, sem o registro de incidentes.
A grande maioria dos sul-coreanos defende o impeachment de Park, segundo as pesquisas realizadas pela agência "Yonhap". As últimas consultas indicam que 70% dos cidadãos querem a saída da presidente.
Caso confirme o impeachment, Park perderia sua imunidade, e o Tribunal Constitucional será obrigado a convocar eleições presidenciais em um prazo inferior a 60 dias.
Também seria a primeira vez que a Coreia do Sul destitui um chefe de Estado e antecipa o pleito presidencial desde que o país voltou a realizar eleições democráticas em 1987.
A promotoria considera que Park e sua amiga Choi Soon-sil, de 60 anos e presa em novembro, pressionaram a Samsung e outras grandes empresas sul-coreanas para realizar doações ligadas a Choi, que ficou conhecida como "Rasputina", em troca de um tratamento favorável do governo.
Os promotores acreditam que a presidente pode ser acusada pelos crimes de suborno, tráfico de influência e abuso de poder.