Polícia chinesa prende jornalista de site censurado

13 mai 2014 - 04h17
(atualizado às 04h21)

Um jornalista chinês que trabalhava no site Boxun, um meio de comunicação censurado na China, foi detido por publicar "informação falsa", informou nesta terça-feira a agência oficial Xinhua. Trata-se de Xiang Nanfu, 62 anos, que escrevia desde 2009 sob o pseudônimo de "Feixiang" ("voar" em mandarim) no Boxun, um site que divulga notícias sobre temas sensíveis da atualidade chinesa e cuja sede está nos Estados Unidos.

"O residente de Pequim (em referência a Xiang) foi detido por publicar informação falsa em troca de dinheiro, prejudicando seriamente a imagem do país", garantiu a polícia.

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Entre as "notícias falsas" escritas pelo jornalista, sempre segundo a versão oficial, se encontram informações sobre expropriações violentas de terras, agressões de policiais e uma suposta trama de tráfico de órgãos de pessoas vivas organizada pelo governo chinês.

O Ministério da Segurança Pública de Pequim assegurou que, por essas informações, Xiang "era muito bem pago" e que, após sua detenção no último dia 3, "confessou seus crimes e mostrou seu arrependimento".

O jornalista, que em 2013 publicou mais de 1,3 mil artigos no site Boxun, começou a colaborar com o veículo em 2004, quando escreveu sobre a demolição de sua casa e a pequena indenização que recebeu das autoridades.

Em comunicado, o Boxun rejeitou as acusações contra Xiang e assegurou que o meio "sempre tratou de denunciar os fatos, apesar dos recursos limitados, que não permitiram o pagamento de enormes somas de dinheiro para seus repórteres voluntários na China". "Este é outro sinal claro da rápida deterioração dos direitos humanos na China", acrescentou o comunicado.

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Poucas semanas antes do 25º aniversário do massacre da Praça de Praça da Paz Celestial, a China se encontra no meio de uma dura repressão contra seus dissidentes, que este ano começou antes e afeta mais gente do que em campanhas anteriores.

As autoridades chinesas prenderam na semana passada uma jornalista por divulgar segredos de Estado para a imprensa estrangeira, uma detenção que se soma a de outros seis ativistas, entre eles advogados, acadêmicos e profissionais da informação.

  
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