Polícia mata 9 supostos terroristas em batida na China

2 ago 2014 - 01h41

A polícia da China matou a tiros nove supostos terroristas e capturou um durante uma batida na província autônoma de Xinjiang, no noroeste do país, dias depois do último incidente grave de violência na região, quando dezenas de pessoas morreram, e do assassinato de um imã. De acordo com informações divulgadas neste sábado pela agência oficial Xinhua, as autoridades identificaram os suspeitos no final de julho graças a voluntários civis e os encontraram ontem no condado de Karakax, na Prefeitura de Hotan.

Moradores locais ajudaram a polícia a localizar os supostos terroristas em uma casa abandonada e, assim que os agentes chegaram, "os suspeitos resistiram com o lançamento de explosivos", segundo a versão oficial divulgada pela Xinhua. A polícia começou a atirar contra os supostos terroristas, matando nove deles, e ainda conseguiu capturar um. Não houve vítimas entre as autoridades e os civis.

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Na última segunda-feira, Xinjiang foi cenário de um grave incidente de violência, quando dezenas de pessoas morreram ou ficaram feridas em um ataque terrorista na Prefeitura de Kashgar, segundo a versão oficial, que cinco dias depois ainda não revelou o número total de mortos. Aparentemente, um grupo de pessoas armadas com facas atacou uma delegacia de polícia em uma cidade, para em seguida se deslocar para outro município. Lá, os supostos terroristas também fizeram ataques contra civis e destruíram mais de 30 veículos, sempre segundo a versão oficial.

No entanto, os ativistas negaram essas acusações e garantiram que os uigures - etnia de religião muçulmana que é majoritária nessa província - protagonizaram uma manifestação contra as restrições impostas pelo governo central à celebração do Eid ul-Fitr, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.

Além disso, na quarta-feira aconteceu o assassinato do imã da mesquita mais importante da China, Jume Tahir, morto a facadas depois de conduzir as orações matinais na mesquita de Kashgar. Tahir, de 74 anos de idade e pertencente à etnia uigur, tinha sido nomeado imã da mesquita de Ide Kah pelo Partido Comunista e mantinha uma postura próxima a Pequim, apesar da repressão aos uigures na província por parte das autoridades centrais.

Tudo isso acontece em meio a uma campanha, em larga escala, das autoridades para fazer frente aos últimos atentados terroristas registrados no país. O foco da mesma está em Xinjiang, onde vivem chineses uigures e da etnia han, a majoritária na China.

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Pequim culpa os grupos uigures associados ao jihadismo, que buscam a criação de um Turquestão Oriental independente em Xinjiang, por esses episódios de violência, enquanto os uigures acusam as autoridades de repressão e negam a existência de tais organizações terroristas.

O ataque da segunda-feira coincidiu com o fim do Ramadã, uma celebração que este ano esteve repleta de polêmica na China, depois que foi divulgado que o regime comunista proibiu que funcionários governamentais e crianças em Xinjiang cumprissem com o jejum sagrado.

  
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