A Coreia do Sul culpou nesta terça-feira (17) a Coreia do Norte por ataques cibernéticos em dezembro contra a operadora de reatores nucleares do país, com base em investigações de endereços da Internet utilizados na invasão do sistema da empresa, mas o governo norte-coreano nega qualquer envolvimento.
A conclusão da Justiça sul-coreana foi divulgada menos de uma semana depois que um hacker, que as autoridades acreditam esteja por trás dos ataques cibernéticos contra a Companhia de Energia Nuclear e Hidrelétrica da Coreia, expôs mais arquivos que teriam sido capturados em dezembro.
A investigação incluiu o vazamento da semana passada de uma planta e dados de testes.
"Os códigos maliciosos usados na invasão do operador nuclear eram os mesmos em composição e métodos de trabalho do chamado 'kimsuky', que hackers norte-coreanos usam", disse o comunicado do gabinete da procuradoria central em Seul.
Os promotores disseram que os ataques cibernéticos foram feitos entre 9 e 12 de dezembro, por meio do envio de 5.096 e-mails de phishing contendo códigos maliciosos para 3.571 empregados da operadora da usina nuclear.
Um artigo publicado pelo site semioficial Uriminzokkiri, da Coreia do Norte, afirma que a alegação da Coreia do Sul é "absurda" e uma "provocação", repetindo negativas anteriores de envolvimento do país.
A Coreia do Sul havia dito anteriormente que suspeitava de possível envolvimento da Coreia do Norte no hacking e tinha procurado a ajuda de funcionários chineses depois de constatar que vários endereços de Internet envolvidos no ataque provinham de uma cidade no nordeste da China, perto do território norte-coreano.
Em dezembro, a companhia sul-coreana, que opera 23 reatores nucleares, informou que seus sistemas de computador tinham sido invadidos, mas apenas dados não-críticos haviam sido roubados. Na época, um hacker exigiu o desligamento de três reatores e ameaçava promover "destruição", em mensagens postadas no Twitter.
Mais arquivos foram postados no Twitter na quinta-feira, exigindo dinheiro e dando um endereço de e-mail onde o hacker poderia ser contatado, além de alegar que havia ofertas de outros países para comprar dados relacionados às centrais nucleares.
As invasões de dezembro contra a empresa ocorreram depois que os Estados Unidos responsabilizaram a Coreia do Norte por um grave ataque cibernético contra a Sony Pictures e prometeram responder proporcionalmente.