Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira quando manifestantes tentaram invadir o Centro de Administração da Paz e da Ordem em um dos protestos organizados em Bangcoc para derrubar o governo da Tailândia.
Os agentes policiais que protegem o edifício governamental utilizaram canhões com jatos d'água e bombas de gás para expulsar os manifestantes que abriram caminho entre as barreiras de arame farpado.
O serviço médico de urgências Erawan informou que duas mulheres e dois homens com ferimentos deram entrada no hospital Vibhavadi.
Segundo o jornal local "Bangcoc Post", uma das vítimas é o monge Laung Pu Buddha Issara, líder de uma das facções que participam dos protestos desde outubro do ano passado.
Milhares de tailandeses saíram hoje às ruas de Bangcoc para pedir a formação de um governo provisório não eleito após a destituição da primeira-ministra interina, Yingluck Shinawatra, acusada ontem de negligência na condução do programa de subsídios ao arroz.
A marcha, que inicialmente foi convocada para o dia 14, acabou sendo antecipada após a decisão do Tribunal Constitucional na última quarta-feira, que opinou que a ex-primeira-ministra cometeu abuso de poder e violou a Carta Magna durante a troca de um alto funcionário.
Além disso, a Comissão Anticorrupção acusou ontem, formalmente, Yingluck de negligência na condução do programa de subsídios ao arroz, o que pode deixá-la inelegível em qualquer cargo político por cinco anos.
O líder dos protestos, o ex-parlamentar Suthep Thaugsuban, classificou as marchas que ocorrem na capital como "a batalha final" contra o Executivo de Yingluck.
A principal reivindicação dos manifestantes é invocar o artigo 7º da Constituição para que o rei da Tailândia, o octogenário Bhumibol Adulyadej, designe o próximo chefe de governo sem eleições.
A Tailândia vive uma grave crise política desde o golpe militar que derrubou Thaksin Shinawatra - irmão mais velho de Yingluck - em 2006 e, desde então, manifestações e protestos populares vêm ocorrendo sucessivamente com a intenção de paralisar o governo da vez.