O líder do golpe tailandês, o general Prayuth Chan-ocha, disse nesta segunda-feira que havia sido formalmente endossado pelo rei como chefe do conselho militar que governará o país, e alertou que usaria a força se voltarem a ocorrer manifestações políticas.
Os opositores ao golpe protagonizaram vários protestos, aparentemente espontâneos, no centro de Bangcoc desde sexta-feira passada.
Mais de mil manifestantes saíram às ruas de Bangcoc no domingo para protestar contra o golpe de Estado na Tailândia, um desafio à junta militar, que proibiu as manifestações.
Prayuth tomou o poder em 22 de maio, dizendo que o Exército iria restaurar a ordem após quase sete meses de turbulência política e protestos, alguns deles sangrentos, nas ruas. Os militares prenderam políticos e ativistas, entre outras pessoas.
"Vamos voltar aonde estávamos antes? Se você quiser fazer isso, eu vou precisar usar a força para impor estritamente a lei”, disse Prayuth em um comunicado televisionado. “Vocês terão que perdoar quaisquer medidas mais duras, mas elas são necessárias”.
Ele não deu um prazo sobre quanto tempo o Exército vai ficar no poder, embora tenha dito esperar a realização de eleições em breve.
O apoio da realeza é uma formalidade significativa na Tailândia, onde a monarquia é a instituição mais importante.
Mas o pronunciamento de Prayuth poderá provocar reações em um país polarizado por quase uma década pela rivalidade entre os apoiadores da monarquia, do qual Prayuth é membro, e de Thaksin Shinawatra, um magnata populista que rompeu com o modelo político do país.
Protestos
O novo regime dissolveu no sábado o Senado, que permanecia em função apesar da suspensão da Constituição, e transferiu o poder legislativo a Prayut Chan-O-Cha, que assumiu o controle do governo após sete meses de crise política, período que registrou 28 mortes.
A junta prendeu vários políticos, entre eles a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin Shinawatra, ex-chefe de Governo destituído por um golpe de Estado em 2006.
A monarquia tailandesa tem como líder o venerado rei Bhumibol Adulyadej, de 86 anos, que está doente, mas que ainda inspira grande respeito entre grande parte dos tailandeses. Nesta segunda-feira, o respaldo do monarca foi considerado uma verdadeira "bênção", o que já se tornou um procedimento tradicional para a legitimação dos recorrentes golpes militares no país: 19, entre os que tiveram sucesso e simples tentativas, desde 1932.
Com informações da Reuters e AFP.